Maringá: Paciente que estava em ‘pulmão artificial’ se recupera da covid-19

Com o noticiário acompanhando a luta do ator Paulo Gustavo contra a covid-19 os brasileiros foram apresentados com detalhes à técnica do pulmão artificial ou Ecmo.
O equipamento está sendo utilizado pelo ator. O pulmão artificial é uma máquina que oxigena o sangue fora do corpo. É a oxigenação por membrana extracorpórea.
No período em que o paciente está ligado à máquina, o pulmão pode descansar e se recuperar da inflamação causada pelo coronavírus. As trocas gasosas no sangue são feitas pelo equipamento.
Este tipo de terapia já existe há anos e foi bastante utilizada na época da gripe H1N1.
No começo de março, uma reportagem da CBN Maringá tratou sobre o uso pela primeira vez num paciente com covid-19 em Maringá.
Era um paciente com 19 anos de idade, obeso e que estava em estado grave. Ele estava internado num hospital particular da cidade, o único a adotar o procedimento na região.
O médico intensivista Jair Biatto, que acompanhou o paciente, diz que o jovem se recuperou e já deixou o hospital.
“Após 30 dias de internação hospitalar, ele teve alta, está em casa se recuperando. Está bem, se reabilitando agora, porque os pacientes graves da covid têm bastante processo de reabilitação pela frente, a força muscular, melhorar sua caminhada, aptidão física, mas está muito bem”, conta Biatto.
Segundo o médico, a Ecmo continua sendo utilizada e já está no 3º paciente. “É um jovem que deve, nos próximos dias, também sair de Ecmo porque teve uma melhora do quadro pulmonar”, explica.
A Ecmo não é indicada a todos os pacientes. Alguns critérios são avaliados, como, por exemplo, a extensão da lesão pulmonar.
“É indicada em alguns paciente, é importante dizer que são selecionados os pacientes pela gravidade, pelo tipo de lesão, idade, se conseguiu ou não manter a oxigenação e a ventilação no respirador mecânico, e vai ser utilizado em alguns pacientes, uma grande minoria, na verdade”, detalha Biatto.
O intensivista explica que os planos de saúde, hoje, não cobrem a terapia. “A ANS [Agência Nacional de Saúde Suplementar], que regulamenta, não obriga os planos a cobrar, é uma técnica nova e ela vai variar de preço muito de tempo que o doente vai utilizar, podendo variar em que lugar estiver o paciente […], mas é uma terapia que vem sendo utilizada e com resultados naqueles pacientes selecionados”, aponta.
No sistema público de Saúde há notícia de utilização da Ecmo em pacientes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre no projeto “Qualificação de Dispositivos de Assistência Circulatória no Sistema Único de Saúde”, segundo reportagem da Agência Brasil.