Lúpus: dificuldades com diagnóstico e tratamento abreviam vidas
Uma pesquisa inédita sobre a incidência do lúpus entre a população brasileira aponta que a vida das pacientes está sendo interrompida prematuramente devido a dificuldades no diagnóstico e tratamento da doença. De acordo com o estudo, que partiu de dados do sistema Datasus, do Ministério da Saúde, a maioria das mulheres com lúpus morre antes dos 50 anos devido a infecções, problemas renais ou cardiológicos.
“O lúpus é uma doença crônica, porém controlável. Ter lúpus não é receber uma sentença de morte. Se as pacientes estão morrendo muito mais cedo do que a média da população é porque há falhas no atendimento”, destaca o reumatologista Odirlei Monticielo, principal autor do trabalho e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A pesquisa dele foi publicada na revista Lupus Around the World e analisa informações dos últimos 20 anos.
Segundo Monticielo, as mortes por infecção – que são a primeira causa de morte por lúpus no Brasil, provavelmente escondem diagnósticos tardios ou de descontrole da doença. Já as por falência renal podem estar relacionadas ao uso excessivo de corticóides, remédios importantes para controlar os sintomas, mas que precisam ser ministrados adequadamente para não provocarem efeitos ruins.