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28 de abril de 2024

Em Maringá, monumentos, parques e árvores marcam aliança com o Japão


Por Creative Hut Publicado 18/06/2020 às 11h13 Atualizado 24/02/2023 às 07h32
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No dia 18 de junho de 1908, o navio Kasato Maru atracou no porto de Santos (SP), trazendo o primeiro grupo de imigrantes do Japão para o Brasil. Nesta quinta-feira, 18, comemora-se 112 anos da imigração japonesa no País. 

Maringá tem uma das comunidades japonesas mais representativas do Brasil, e essa aliança é marcada por diversos espaços, monumentos, bem como árvores plantadas por integrantes da família imperial nipônica, que já visitaram o município por cinco vezes. 

A cidade de Kakogawa, localizada na província de Hyogo, é a primeira cidade irmã de Maringá, e dá nome à uma avenida da cidade. A lei que estabelece a irmandade entre as cidades é de 1972. 

“Esse vínculo que nós temos com o Japão é muito forte, principalmente com a irmandade que temos com a cidade de Kakogawa. Começou quando o então prefeito Silvio Barros foi visitar a cidade e gostou da cultura e quis fazer essa irmandade. Nosso pessoal vai sempre para lá e eles vêm para cá, para ter um conhecimento da cultura, dos costumes, da educação. Graças a esse vínculo criamos o Parque do Japão, que foi um projeto original do Japão”, explica o presidente da Associação Cultural e Esportiva de Maringá (Acema), Afonso Shiozaki.

Veja “pedacinhos” do Japão espalhados por Maringá:

Acema

Nesta quinta-feira, 18, a Acema, entidade representativa da comunidade nipo-brasileira de Maringá, completa 73 anos. Em 1947, a comunidade japonesa congregava 65 famílias e surgiu a ideia de fundar a associação que, inicialmente, foi batizada de Maringá Nihonjinka.

A primeira sede da entidade foi na rua Evaristo da Veiga, em um terreno doado no ano de sua fundação pela Companhia Melhoramentos Norte do Paraná. Posteriormente, a associação iniciou a construção de uma nova sede na  avenida Kakogawa, nº 50, Parque das Grevileas, onde está atualmente. 

Em 1978, em comemoração aos 70 anos da imigração japonesa no Brasil, o príncipe Akihito e a princesa Michiko, lançaram a pedra fundamental na nova sede, durante visita oficial a Maringá. O prédio foi inaugurado em 1980 com salão social, campo de atletismo, campos de futebol suíço, quadras de tênis, campos de beisebol, quadras de gatebol, piscina e pátio de estacionamento. São 150 mil m² de espaço.

Foto: Divulgação/Acema

Parque do Japão

Outro importante símbolo da cultura nipônica que reflete a forte influência dos imigrantes japoneses em Maringá é o Parque do Japão, localizado no Parque Industrial. O parque ocupa uma área de 100 mil m² e, além das inúmeras formas de expressão da cultura japonesa, é também um espaço de preservação ambiental. 

Dentre os atrativos que compõem o cenário do Parque do Japão estão a ‘Casa de Chá’, com arquitetura japonesa, ginásio de esportes, teatro, sala de eventos e um jardim imperial japonês, além de lagos com carpas. 

Além disso, na entrada do parque, os visitantes se deparam com um monumento imponente instalado em 2006, em comemoração aos 100 anos da imigração japonesa no Brasil. Trata-se do memorial IMIN 100, criado pelo arquiteto maringaense Marcos Kenji. A estrutura foi inaugurada pelo então príncipe Naruhito, atual imperador do Japão. 

O IMIN 100 tem oito metros de altura, e conta com uma esfera no topo, que representa um globo terrestre e o sol nascente, símbolo do Japão. No entorno da esfera, anéis unem os mapas do Brasil e Japão, simbolizando a aliança.

Foto: Lethícia Conegero/GMC Online

Jardim Japonês no Parque do Ingá

O Parque do Ingá também conta com um importante símbolo da cultura nipônica: o Jardim Japonês, que completa 42 anos neste sábado, 20. Fundado em julho de 1978, durante as festividades do 70º aniversário da imigração japonesa no Brasil, o jardim foi uma homenagem ao então príncipe Akihiro e a esposa Michiko, que visitavam a cidade naquele ano. O jardim possui um lago com peixes e decoração típica.

Foto: Divulgação/PMM

Templo budista

O templo budista Jodoshu Nippakuji, localizado na avenida Londrina, no Jardim Aeroporto, é uma marca religiosa do Japão em terras maringaenses. Inaugurado no dia 29 de maio de 1983, o templo chama a atenção pela arquitetura tipicamente japonesa. São dois pavimentos, totalizando 688 m². O altar foi construído em peroba, trabalhada manualmente com a utilização de uma técnica tradicional de encaixe, sem o uso de pregos ou parafusos. 

No interior do templo, há uma imagem de Buda Amida, conhecido como “Buda da Luz e Vidas Infinitas”, e um ossário de cinzas em devoção aos ancestrais. Na área externa, chama atenção um sino com 900 quilos, trazido do Japão.

Foto: Divulgação

Árvores

Durante suas visitas, integrantes da família imperial plantaram algumas árvores em Maringá. De acordo com Afonso Shiozaki, a prática faz parte da cultura japonesa.

“A árvore fica por muitas e muitas décadas, é uma lembrança que fica para os filhos, netos. É um símbolo de amizade, consideração, porque a comunidade japonesa tem grande admiração pela família imperial”, explica. 

A última visita da família imperial japonesa a Maringá foi em julho de 2018. Na ocasião, a então princesa Mako plantou uma árvore na Acema.

Foto: Luciana Peña/CBN Maringá

Além dessa, há outras árvores na Acema que foram plantadas pelo ex-imperador Akihito, atual imperador Naruhito e do príncipe Akishino. São ipês e cerejeiras. O imperador Heisei também plantou um pinheiro no Jardim Japonês do Parque do Ingá. 

Todas as árvores do Parque do Japão foram plantadas por autoridades, sejam integrantes da família imperial japonesa ou ministros, desembargadores e outros.

Há, ainda, uma árvore especial que não foi plantada pela família imperial japonesa, mas que chamou a atenção da então princesa Michiko em 1978, durante visita à Maringá. A árvore em questão é um ipê que fica no canteiro central da avenida Brasil, próximo à igreja São José, na Vila Operária. Enquanto passava pelo local, a princesa ficou admirada com a árvore e pediu que a comitiva estacionasse para poder apreciá-la. Atualmente, existe uma placa no local em homenagem a ela. 

Irmandade com Kakogawa

Assim como existem “pedacinhos” do Japão em Maringá, também há marcas de Maringá na “Terra do Sol Nascente”. Na cidade irmã de Kakogawa, existe um monumento em homenagem à Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Glória. A réplica fica em frente a uma estação de trem, na avenida que leva o nome de Maringá.

Foto: Divulgação

Nesta quinta-feira, 18, a Maringá FM, com apoio de veículos de comunicação da comunidade japonesa no Brasil, irá transmitir um programa especial com músicas, fatos marcantes da história da imigração e depoimentos de importantes representantes da comunidade nipônica no País.

O programa vai ao ar às 20 horas, na frequência 97,1 FM, para Maringá e mais de 100 cidades da região. De qualquer lugar do mundo, o público poderá acompanhar o programa ao vivo pelo site da rádio e, depois, o conteúdo será transformado em um podcast que estará disponível nas principais plataformas de streaming de música. 

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