Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

16 de dezembro de 2025

O PROBLEMA É LEI?


Por Rogel Martins Barbosa Publicado 21/05/2019 às 10h00 Atualizado 23/02/2023 às 04h24
Ouvir: 00:00

Há tempos que autores conservadores têm identificado que os problemas considerados em isolado tem como raiz uma única causa: a destruição da sociedade ocidental concebida sobre os valores judaicos cristãos.

Eu mesmo já esbarrei sobre este tema quando escrevi sobre a invasão bárbara e o lixo. Já lembrei de Mario Ferreira dos Santos com a Invasão vertical dos Bárbaros, e recentemente para os resíduos, posso citar Theodore Dalrymple com “Como a sujeira dos outros molda a nossa vida”. Mas isto são meras lembranças de nomes e não uma lista. A lista seria extensa e contemplaria nomes como Olavo de Carvalho, Roger Scruton entre tantos e tantos outros.

Mas em suma o que temos visto é que a moral, os bons costumes, nossa crença em Deus e a preocupação por uma vida sadia (no corpo e na alma) cujo objetivo não está neste mundo e por isto a busca de prazer mundano não é a razão, foi substituído por uma ciência sem método, um homem sem Deus, hedonista, cujo objetivo é o prazer e a felicidade pessoal plena, sob o manto de um deus chamado estado.

O humanismo tirou Deus de sua glória e glorificou o homem, para depois tirar o homem de sua glória e glorificar o estado. Este novo mundo em que o estado dita todas as regras e o homem está preocupado somente consigo, com sua felicidade pessoal e seus deleites satisfeitos, tornou-se um mundo desagregado.

O legislador eleito para fiscalizar o estado, mas muito progressista em relação ao seu eleitor, é um ávido produtor de normas, entrando em tudo, imiscuindo-se, gritando que o estado é responsável e por isto deve ser feita uma nova lei. O burocrata que não foi eleito por ninguém, é outro legislador de alcova. Portarias, resoluções, normas técnicas, pululam de tal forma como pulgas sobre um cão não tutelado, perdido nas ruas!

O resultado? Sempre estamos infratores de uma norma que desconhecemos, mas quando desagradamos algum burocrata ou o deus estado, então será sacada para nos enquadrar.

Precisamos de marcos jurídicos, segurança jurídica! Gritam operadores do direito social e engenheiros de todos os valetes, em coro com o menino da primeira série, que sua professora lhe retira da aula para protestar.

É corriqueiro e enjoativo ouvir alguém pedindo lei, como gado pedindo relho no lombo para que possa andar.

Lamento informá-los, ó nobres pedintes de lei, que quanto mais lei pedirem, menos segurança terão, pois, a segurança está em quem aplica a norma. O judiciário progressista, ativista, composto por seres do olimpo, dirá o que quer e não o que a lei disse. A última palavra nunca é da lei, mas do julgador e subjugador da lei.

Se lei resolvesse, aqui lembrarei o Brasil, onde o progressismo impregnou o legislativo, o executivo e o judiciário, embora sua população seja majoritariamente conservadora, temos a Política Nacional de Resíduos Sólidos Urbanos. Desde 2010 habemus legem, e, no entanto, continuamos a ter lixões, para ser simplório.

Mas posso citar exemplo bem mais vetusto. Para quem já fez o curso História dos Resíduos, conhece com mais detalhes o que vou contar. Em Roma havia um péssimo hábito dos moradores das insulae jogarem resíduos pelas janelas. Isto também foi conhecido antes na Grécia, a diferença que lá não haviam estes prédios insalubres. Pois bem, Roma legiferou e proibiu jogar lixo (leia-se resíduos domésticos, mais fezes e urina) pelas janelas. Resolveu? Bom, na França pouco antes da revolução francesa de 1789 ainda os franceses, a despeito de lei do séc. XIII, ainda mantinham o mesmo hábito.

Lei resolveu? Resolveu-se o problema quando os seres humanos entenderam que seria civilizado, na acepção de Erasmo de Roterdã, não jogar mais. Foi uma questão moral e não legal que transformou esta realidade.

O problema hoje é que não há uma moral, só existem leis. Não há sociedade, apenas o estado do bem-estar social, do indivíduo hedonista, do reinado da anticultura, da negação de tudo de bom que fez o homem no passado, como se a humanidade pudesse construir tudo a partir do agora, sozinha, apenas com sua ciência positiva e seu deus estado.

Rogel Martins Barbosa, advogado, professor do curso História dos Resíduos e autor, entre outras obras, do Politica Nacional de Resíduos Sólidos Urbanos, Guia de Orientação para Municípios.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação
Rogel Martins Barbosa

Resíduos, meio ambiente e estado. Siga este canal no Telegram https://t.me/residuos

Geral

Em 6 dias, CNH do Brasil soma 19 mi de usuários e 1 mi de pedidos de novas habilitações


O aplicativo CNH do Brasil, lançado pelo governo federal há seis dias, ultrapassou 19,4 milhões de usuários. Conforme os dados…


O aplicativo CNH do Brasil, lançado pelo governo federal há seis dias, ultrapassou 19,4 milhões de usuários. Conforme os dados…

Geral

Piloto de helicóptero da polícia baleado na cabeça em operação no Rio recebe alta após 9 meses


O piloto de helicóptero e policial civil do Rio de Janeiro Felipe Marques Monteiro deixou o hospital nesta segunda-feira, 15,…


O piloto de helicóptero e policial civil do Rio de Janeiro Felipe Marques Monteiro deixou o hospital nesta segunda-feira, 15,…

Geral

Enel SP diz que seguirá trabalhando para reduzir o impacto de eventos climáticos aos clientes


A Enel São Paulo afirmou que reforçou, “de forma estrutural”, o seu plano operacional e que seguirá trabalhando para reduzir…


A Enel São Paulo afirmou que reforçou, “de forma estrutural”, o seu plano operacional e que seguirá trabalhando para reduzir…