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23 de novembro de 2024

Os primeiros representantes de Maringá


Por Reginaldo Dias Publicado 13/08/2024 às 09h10 Atualizado 21/08/2024 às 09h42
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Arlindo Planas (UDN), um dos primeiros vereadores |
Foto: Maringa Histórica/ Departamento de Patrimônio Histórico/Acervo Família Planas.

Olá, pessoal, vamos abordar hoje como o povo do distrito de Maringá elegeu seus primeiros representantes para a Câmara Municipal de Mandaguari.

Maringá se tornou distrito do recém-criado município de Mandaguari em outubro de 1947. De início, exerceu o cargo de prefeito do novo município o Sr. Ary Pereira da Cunha, nomeado pelo governador, mas em dezembro
daquele ano ocorreu uma empolgante eleição para prefeito e vereadores.

Naquele momento, já vinham sendo formados, aqui em Maringá, ospartidos que passariam a arregimentar os candidatos e os votos. Os mais influentes foram o Partido Social-Democrático (PSD), liderado no Paraná pelo governador Moyses Lupion, o Partido Republicano (PR), liderado no Paraná pelo governador Bento Munhoz da Rocha, a União Democrática Nacional (UDN), apoiada aqui na região pelos dirigentes da Companhia de Terras Norte do Paraná. Logo viriam a ser formados o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), liderado pelo presidente Getúlio Vargas, o Partido Social Progressista (PSP), liderado pelo governador de São Paulo Ademar de Barros, e o Partido da Representação Popular (PRP), liderado nacionalmente por Plínio Salgado.

Em dezembro de 1947, disputaram a preferência dos eleitores três candidatos a prefeito de Mandaguari: Décio Pullin (Partido Social Democrático), Waldemar Gomes da Cunha, conhecido como Waldemar Barbudo (União Democrática Nacional) e Aleixo Leão de Oliveira (Partido da Representação Popular).

O eleito foi o candidato Décio Pullin, do PSD, que venceu o candidato apoiado pela companhia de Terras Norte do Paraná, Waldemar Gomes da Cunha.

Para o distrito de Maringá, o fato marcante foi a eleição dos dois primeiros vereadores: Arlindo Planas (UDN) e Napoleão Moreira da Silva (PSD). Os dois viriam ser eleitos vereadores, em futuro próximo, para a Câmara
Municipal de Maringá.

Nessa eleição de 1947 podemos detectar a formação da liderança política de Maringá. De um lado, Napoleão Moreira da Silva; de outro, os irmãos Planas, Ângelo e Arlindo Planas.

A posição que Ângelo Planas e Napoleão Moreira da Silva detinham como comerciantes permitia a formação de um amplo círculo de relações. No seu livro Terra Crua, o escritor Jorge Duque Estrada explicou que os armazéns
de Ângelo Planas e Napoleão Moreira da Silva “eram verdadeiras cooperativas, que ajudaram a ‘formar’ inúmeros sítios, fazendas e chácaras”. Podemos acrescentar que eles fizeram muitos amigos e muitos desses amigos se tornaram seus eleitores.

Em 1951, houve novas eleições para prefeito e vereadores. Na abrangente área do município de Mandaguari, houve uma explosão populacional, e isso se refletia na ampliação do eleitorado e no número de representantes. Em um certame muito disputado, foi eleito prefeito municipal o candidato Antônio Sinézio da Cruz (PTB). Nas 10 urnas instaladas em Maringá, constata-se que os moradores do distrito também preferiram AntônioSinésio da Cruz.

O mais importante é que houve a ampliação da representação local na Câmara de Vereadores. Maringá elegeu quatro vereadores: Henrique Pinto Pereira (UDN), Waldomiro Planas (PR), José Jardim Siqueira (PTB) e José Inocêncio Neto (PTB). Henrique Pinto Pereira não assumiu sua cadeira; tomou posse o seu suplente, David Rabelo de Oliveira, também com domicílio em Maringá.

Quando ocorreu essa eleição, porém, o foco político já era outro. Em 14 de novembro foi aprovada a Lei 790/51, que desmembrou o município de Mandaguari e criou o município de Maringá. Maringá não queria mais ser representada em Mandaguari. Queria ter o seu próprio prefeito e a sua Câmara Municipal. Falarei disso em nosso próximo encontro.

Ouça o episódio:

Baixe o livro “Da Arte de Votar e Ser Votado: As Eleições Municipais em Maringá

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