O mercado imobiliário e sua história com a Selic
Bastou o Comitê de Política Monetária (Copom) elevar em 1% a taxa básica de juros Selic (de 4,25% para 5,25%), para se espalharem alardes sobre o mercado imobiliário. O que me chama a atenção é a memória curta dos que bravejam o impacto da Selic no mercado.
Não precisamos voltar muito no tempo para lembrar que quando o Brasil viveu seu maior boom no mercado imobiliário (entre 2008-2013), a taxa Selic se mantinha acima dos 10%, oscilando entre 13 e 14% (mais que o dobro da atual) e os juros do mercado imobiliário oscilavam entre 9% e 12% ao ano (hoje a taxa de juros está sustentada em inúmeras novas métricas e, várias delas atingem no máximo 6,99% a.a). E foi nessa época, entre 2008 e 2011, que a valorização imobiliária anual no Brasil ficou acima dos 20%, segundo levantamento feito pelo Banco de Compensações Internacionais (BID, na sigla em inglês).
Mais uma vez reforço: é preciso olhar para a história. A taxa de juros de 2% praticada no momento mais crítico da pandemia não é a regra, é a exceção. Foi um momento pontual diante da profunda crise sanitária mundial. Por isso não faz sentido usá-la como referência para o momento atual. Historicamente, as taxas de juros atuais ainda são baixas, mas estão em rumo de escalada, por isso é hora de aproveitar a onda.
Essa não é a hora de puxar o freio de mão nos investimentos imobiliários. Muito pelo contrário: quem tomar crédito agora, vai ganhar dinheiro, mas quem ficar sonhando ou esperando que a Selic vai baixar ou que os juros vão voltar ao patamar que estavam, vai perder mais ainda, porque tudo isso vai dobrar num curto espaço de tempo – e quando escrevo isto não é referência apenas de juros, mas sim para com o preços dos imóveis!
Para quem está flertando com a compra de um imóvel, essa é a hora de aproveitar enquanto os juros estão baixos. Além da esperada alta nas taxas, o aumento dos preços dos imóveis é inevitável; a estimativa é que os valores subam cerca de 24%, segundo afirmação feita pelo consultor da FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), Eduardo Zylberstajne.
Isso ocorre por diversos motivos, entre eles o próprio crescimento da demanda, mudanças na economia e o aumento dos custos dos materiais de construção que têm subido acima da inflação (o INCC – Índice Nacional de Custo da Construção acumulou alta de 16,98% nos últimos 12 meses).
Então, seja para comprar um imóvel ou investir em fundos imobiliários, esse é o momento.
Por fim, como eu sempre digo aqui na coluna, independentemente da época, o mercado imobiliário é sempre uma boa opção para investir, pois é estável e seguro, sem grandes oscilações. E digo isso com a tranquilidade de quem vivencia o dia a dia do mercado imobiliário há 20 anos. Mesmo nos piores momentos econômicos, a curva do gráfico nunca desceu, no máximo deixou de crescer tão exponencialmente para entrar em uma estabilidade.
Nesses últimos 18 meses não são poucas as compras bem assessoradas em imóveis que renderam 70% de resultado. Como sempre, o bom comprador nesses momentos decola mais ainda seu patrimônio. Infelizmente, muitos clientes vivem de informações sensacionalistas e nao verdadeiras e objetivas – desta forma, perdem mais uma vez a boa chance do imóvel.
Então, não dê ouvidos a falsos alardes. Olhe para a história da economia e do mercado imobiliário. É um retrato fidedigno do que aconteceu e um apontamento dos bons resultados que estão por vir, mas para quem souber aproveitar as oportunidades.