As novas economias
Nos últimos anos, ouve-se muito o termo “Novas economias”, mas o que isso quer dizer?

A Nova Economia é uma transição das empresas tradicionais, focadas em produtos industrializados, para empresas modernas, que priorizam serviços, pessoas, tecnologia e principalmente a sustentabilidade. Surgiu na década de 1980, impulsionada pela internet e pela transformação do comportamento do consumidor. Sua ênfase é voltada para a experiência do cliente, o lucro não é o pilar principal, ao contrário das economias tradicionais. Modelos como economia criativa, sustentável, compartilhada e colaborativa se destacam. Logo vamos discorrer sobre cada uma delas, mas antes, vamos entender alguns diferenciais das novas economias:
- Tecnologia e Disrupção Digital: O aumento das tecnologias digitais e o comércio eletrônico impulsionaram mudanças significativas nos negócios. A pandemia de Covid-19 acelerou essa digitalização, forçando empresas a se adaptarem à nova realidade de consumo digital.
- Acessibilidade e Competição: Pequenas empresas agora têm acesso às mesmas tecnologias que as grandes corporações, promovendo maior empreendedorismo e surgimento de startups.
- Adaptabilidade e Inovação: Empresas precisam ser adaptáveis e abertas à inovação para se manterem competitivas. O comportamento dos consumidores e as tecnologias estão em constante evolução, exigindo estratégias ágeis e focadas em novas soluções.
- Criação de demanda: Na velha economia, o mercado funcionava por meio da percepção de uma necessidade que era atendida. Na nova economia, existe a criação de demandas. O aparelho celular é um exemplo disso, ninguém tinha a necessidade de responder e-mails ou acessar redes sociais pelo celular, porém uma vez que os smartphones foram adquiridos pelos primeiros consumidores, a novidade atraiu mais pessoas, construindo demandas baseadas no desejo de tornar ações e serviços mais ágeis.
As principais frentes da nova economia como observa-se são: Sustentabilidade, tecnologia, inovação e principalmente a valorização do capital humano.
Para falar de novas economias, não podemos deixar de citar a economia comportamental, que se propõe a entender e modelar as decisões dos agentes de forma mais realista. A economia comportamental estuda os hábitos, emoções, medos, ilusões, experiências e influências externas, entre diversos aspectos humanos. E como as pessoas reagem aos apelos de produtos que prometem solucionar um problema em pouco tempo, como por exemplo “chá e sucos milagrosos, fórmulas contra o envelhecimento, mude sua vida em x dias”. O medo, a ansiedade, a comparação, o desejo, a necessidade, são fatores importantes na tomada de decisão comportamental dos consumidores. Estudar e entender a economia comportamental faz com que possamos compreender as mudanças das novas economias e acessar um pouco mais das escolhas dos consumidores.
Além da economia comportamental, algumas economias que vem tomando forma são: Economia circular, solidária e criativa.
A Economia Criativa envolve a produção e comercialização de bens e serviços que dependem da criatividade, da inovação e do intelecto. Ela engloba atividades como a arte, o design, o cinema, a música, a moda, os jogos eletrônicos etc.
A economia criativa tem um grande potencial no Brasil, um país com forte tradição cultural e artística. O setor tem sido uma fonte importante de geração de emprego e desenvolvimento.
A Economia Circular propõe um modelo de produção e consumo que visa maximizar o uso de recursos e reduzir ao mínimo os resíduos. Diferente do modelo linear tradicional de “extrair, produzir, consumir e descartar”, a economia circular incentiva o reaproveitamento, a reciclagem e a reutilização dos materiais, criando um ciclo contínuo de valor. Ela surgiu com a necessidade de resposta aos problemas ambientais, ela propõe uma alternativa que não apenas minimiza o impacto ambiental, mas também gera novas oportunidades econômicas.
A Economia Solidária se baseia na cooperação, na autogestão e na solidariedade entre os participantes de um sistema econômico. Ela surgiu como uma reação às falhas do sistema econômico tradicional, que frequentemente exclui grandes parcelas da população, especialmente em contextos de desigualdade social e pobreza. Ela visa promover a autonomia econômica das pessoas, reduzir as desigualdades e criar um sistema mais justo e colaborativo.
A Invest Paraná, publicou um texto em 2023, escrito por Celso Rot, que diz o seguinte:
“No cenário atual do Paraná, a economia criativa emerge como uma força dinâmica, impulsionando o desenvolvimento econômico e cultural de todo o estado, diversificando desde as artes até a tecnologia. Essa abordagem inovadora transcende fronteiras tradicionais, conectando setores diversos e redefinindo os panoramas econômicos locais, a diversidade cultural e a expressão criativa.
Países e empresas que fomentam ambientes criativos e inovadores têm maior probabilidade de prosperar neste cenário de constante evolução. O Observatório Nacional da Indústria (ONI) apontou que mais de 1 milhão de novos empregos serão gerados pela Economia Criativa, no Brasil, até 2030. Já o IBGE, em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), apontou que a área já emprega 7,4 milhões de trabalhadores no Brasil.
A economia criativa no Paraná não apenas diversifica a matriz econômica, reduzindo a dependência de setores tradicionais, mas também impulsiona um crescimento econômico sustentável. Ao integrar a criatividade em diversas esferas, desde as artes visuais até a gastronomia, o estado se posiciona estrategicamente para enfrentar os desafios econômicos contemporâneos, estimulando a inovação e a criação de novas oportunidades de negócios.”
Inclusive o Paraná é um dos 5 estados do Brasil que possui empresas unicórnios, três delas foram desenvolvidas em Curitiba. Isso mostra o crescimento na área.
Maringá por sua vez está cada vez mais saindo na frente quando se trata de novas economias. Incentivando a economia criativa na gestão municipal atual, observa-se que o foco é a economia circular e compartilhada.
Conclusão
As novas economias oferecem respostas inovadoras para os desafios econômicos, sociais e ambientais do Brasil. Ao promover a criatividade, a sustentabilidade e a colaboração, esses modelos têm o potencial de gerar novos empregos, reduzir desigualdades e criar um futuro mais justo e equilibrado. No contexto brasileiro, com sua diversidade cultural e social, essas economias representam um campo fértil para a construção de um modelo econômico mais inclusivo e sustentável, alinhado com as necessidades do século XXI.