Bolsa de Valores: o que esperar em 2024?
No ano de 2023, a Bolsa de Valores Brasileira, medida pelo índice Ibovespa, apresentou uma valorização de 18,4% no ano – considerando o fechamento do 07 de dezembro que foi acima dos 126 mil pontos. No entanto, sua trajetória no ano de 2023 foi tudo, exceto linear – rompemos a casa dos 100 mil pontos para baixo e chegamos próximos à máxima histórica dos 130 mil pontos.
O que pode ter levado o Ibovespa a esse desempenho? Quais são as expectativas para o ano seguinte? É sobre isso que falaremos hoje.
Desempenho da Bolsa em 2023
Devemos lembrar que 2023 foi um ano marcado pela interrupção do ciclo de aumento da taxa básica de juros da economia brasileira – a SELIC – e que isso traz, diretamente, uma busca dos investidores por investimentos que tragam maior retorno e, com isso, maior liquidez para a Bolsa de Valores.
Apesar dos cortes recentes, a SELIC ainda está em patamares elevados, na faixa de 12,25% – muito acima de sua mínima histórica de 2%, registrada em agosto/2020, e que trouxe um fluxo de investidores muito elevado para a Bolsa brasileira, que saiu de 700 mil investidores pessoa física em 2018 e atingiu a marca de 5,3 milhões agora ao final do 2º trimestre de 2023.
Além desse cenário interno que torna o mercado mais atrativo para o investidor local, uma grande parte desse bom desempenho apresentado é vinda dos investidores estrangeiros – os ‘gringos’. O mês de novembro de 2023 foi marcado pela maior entrada de fluxo de capital estrangeiros na B3 desde março de 2022, com um aporte superior a R$ 21 bilhões. Esse aporte dos ‘gringos’ puxa o desempenho do índice nessa reta final do ano, visto que até o final de outubro acumulávamos uma alta anual de apenas 5%.
Esse movimento foi extremamente motivado pelo cenário macroeconômico externo, com os dados de inflação e de atividade econômica dos Estados Unidos vindo de forma positiva e indicando uma redução na probabilidade de mais aumentos na taxa básica de juros pelo Federal Reserve (Fed) e atrelado ao que já comentamos a respeito a respeito do cenário interno.
Voltando nossos olhos um pouco mais aos ativos que compõem o Ibovespa, tivemos desempenhos variados entre os diversos segmentos de atuação. Abaixo uma lista dos 10 ativos com maiores altas e baixas até o pregão do dia 07/12:
Expectativas para 2024
A expectativa de mercado para uma SELIC próxima a 9,25% ao final de 2024 começa a deixar os investidores mais animados e vendo uma boa oportunidade de alocação em Bolsa.
Players relevantes de mercado apostam num índice acima dos 140 mil pontos para 2024, muito puxado pela queda da taxa de juros – como citamos acima –, a percepção de que existem empresas operando abaixo de seu valor de mercado e que podem apresentar um bom desempenho e, além disso, que o fluxo de investidores (tanto estrangeiros quanto brasileiros) deve continuar aumentando dentro da B3.
Alguns setores se destacam nas perspectivas de mercado, dado o cenário global e interno que vem se formando. Um consenso entre os grandes players é o agronegócio, que pode se valer de uma expressiva safra de soja e milho e que também conseguiu apresentar margens saudáveis ainda dentro de 2023, o que pode impulsionar o lucro das empresas. Fora isso, outro queridinho do mercado são os bancos, que historicamente mostram-se bons ativos defensivos na carteira.
Apesar de todo otimismo apresentado pelo mercado, é importante ter cautela e não tomar riscos desnecessários. O investidor deve diversificar seu portfólio, buscando exposição em renda fixa (como Letras, CDBs e outros tipos de investimento pré e pós fixados) e em títulos atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA e outras emissões privadas (as debêntures).
2024 pode nos reservar grandes surpresas e para isso é sempre bom estar preparado e acompanhar de perto as escolhas realizadas.