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08 de maio de 2024

Dia do cachorro-quente: Saiba como o “cachorrão” se tornou lanche típico reconhecido por lei em Maringá


Por Brenda Caramaschi Publicado 09/09/2023 às 09h32
 Tempo de leitura estimado: 00:00
Foto: Brenda Caramaschi 

O cachorro-quente prensado é uma invenção maringaense e, em 2017, se tornou oficialmente “lanche típico” da cidade, após muita polêmica. O termo não era pra ser bem esse, mas foi uma maneira de apaziguar aqueles que não concordavam em ter o cachorro quente prensado como prato típico da cidade.

Uns defendiam que o prato que representaria Maringá deveria ser algo mais sofisticado, ou mais diferente. Uma das iguarias sugeridas foi o porco no tacho – mas onde é que a gente encontra esse sabor no dia a dia? Bem diferente do popular “cachorrão”, vendido em mais de 100 estabelecimentos pela cidade e que inclusive já migrou até para outros Estados com a alcunha de “cachorro quente maringaense”.

O recheio e os acompanhamentos também diferem muito da receita norte-americana de um hot dog tradicional, composto basicamente por pão, salsicha e os molhos de ketchup e mostarda. Aqui a receita é à escolha do freguês: pode ter carne, frango, catupiry, calabresa, bacon, ovo – ou tudo isso junto – e para acompanhar, é claro, uma bela e caseira maionese verde – cuja receita varia e disputa a preferência do freguês de um estabelecimento para o outro.

Luciana Pastro e a mãe, Maria Inês, são sócias-proprietárias na lanchonete Dogão de Maringá, que fica a 650 quilômetros das terras maringaenses. O lanche é vendido perto do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, e a receita que saiu da Cidade Canção traz nostalgia para quem conhece o município e curiosidade a quem nunca esteve por aqui.

“O paulistano está acostumado com o purê no cachorro-quente, se não tiver, não é hot dog. E em Maringá, não é comum. Então temos o purê como opção de adicional. Eles também estranham ter alface e tomate, porque em São Paulo o que vai é vinagrete, e o lanche não é prensado. Mas quem prova volta sempre e quem é de Maringá sempre tira muitas fotos”, conta. É que além de quadros de pontos turísticos maringaenses, a lanchonete tem no cardápio nomes de lugares do município – o simples é “Maringá”, o duplo, “Jardim Alvorada” e há ainda os lanches UEM, Cesumar, Night Club, entre vários outros.

A ideia de tornar o lanche tão conhecido nas ruas da cidade como prato símbolo do município partiu do vereador Belino Bravin, em 2017, mas a popularização começou muito antes, com os carrinhos de hot dog presentes desde os anos 60 e a invenção do lanche prensado sendo criada nos anos 80, como relembra o Maringá Histórica.

Segundo Miguel Fernando, criador do projeto que relembra a história de Maringá, o sucesso popular do lanche na cidade era tanto que batia de frente com as grandes redes de fast food que dominavam o cenário mundial. “O McDonald ‘s foi inaugurado em 1992 e teve muito trabalho para conquistar o Maringaense. Diziam que o Kikão ia quebrar o McDonald’s”, conta.

Mesmo com toda a popularidade, quando a Câmara quis oficializar a iguaria como prato típico, houve discordância e a proposta inicial foi alterada para usar o termo ‘lanche típico’. Hoje, questionar ao maringaense qual o melhor “cachorrão” da cidade é dar início a uma disputa impossível de ser vencida. O consumidor costuma se manter fiel ao lanche do coração e não há chance de questionar a preferência.

Dia 09 de setembro é considerado o Dia do Cachorro Quente e uma ótima oportunidade para saborear o típico “cachorrão” do interior do Paraná. A questão que fica é: qual lanche você vai pedir hoje?

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