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04 de dezembro de 2025

Alta Performance, Baixa Resiliência: Como Conduzir Equipes Jovens com Grande Capacidade Técnica e Pouco Tato Emocional


Por Redação GMC Online Publicado 06/11/2025 às 20h15
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O ambiente corporativo atual é marcado por uma geração que cresceu em meio à hiperconectividade, à gratificação instantânea e à velocidade dos algoritmos. São jovens que aprendem sozinhos, dominam ferramentas digitais complexas, exploram novas linguagens e produzem com intensidade surpreendente. A curva de aprendizado é curta, a entrega é veloz, a criatividade é constante. Mas por trás dessa eficiência técnica existe uma fragilidade emocional cada vez mais perceptível: a dificuldade de lidar com frustrações, cobranças e processos que exigem paciência e constância.

O desafio para líderes e gestores não está apenas em desenvolver competências, mas em equilibrar acolhimento e responsabilidade. A linha que separa o cuidado genuíno da superproteção é fina. Acolher é ouvir, compreender e orientar. Proteger em excesso é poupar o outro das dores que o fariam amadurecer. Quando a liderança tenta eliminar toda forma de desconforto, cria-se um ambiente artificialmente harmônico, mas frágil. As tensões controladas, aquelas que nascem do erro, da divergência e da cobrança construtiva, são essenciais para a maturidade emocional e profissional.

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Nesse cenário, a liderança adaptativa surge como uma resposta necessária. Ela não se sustenta na autoridade, mas na coerência entre firmeza e empatia. É um modelo que entende que a geração digital não se move apenas por recompensas, mas por sentido e pertencimento. Inspirada na velocidade e ousadia do “ritmo startup” de Henrique Dubugras e Pedro Franceschi, essa liderança também integra a escuta sensível e o olhar humano de vozes como Duda Franklin. Trata-se de equilibrar performance com propósito, resultados com significado.

Ser adaptativo é saber quando desafiar e quando acolher, quando dar autonomia e quando impor limites. É perceber que feedbacks não precisam ferir, mas também não podem ser diluídos a ponto de perderem sua força. O bom líder é aquele que cria pontes entre a pressa do jovem e a cadência do aprendizado real. Ele traduz frustração em estímulo, transforma o erro em insight e ajuda o time a compreender que consistência é o que diferencia talento de grandeza.

Uma das ferramentas mais poderosas nesse processo é o onboarding emocional. Mais do que apresentar planilhas e fluxos de trabalho, ele introduz o colaborador na cultura emocional da empresa. Explica como os conflitos são tratados, como o reconhecimento é construído e qual é a lógica de crescimento do grupo. Quando esse acolhimento inicial é bem conduzido, o novo integrante se sente pertencente e preparado para lidar com a pressão natural das entregas.

As empresas que prosperam hoje não são as que cobram mais, mas as que sabem ensinar melhor. E ensinar exige tempo, paciência e atenção às nuances humanas. É nessa dimensão que a liderança se transforma de gestor em mentor. Os jovens de alta performance precisam de referência, não de rigidez; de desafios, não de sobrecarga; de propósito, não de slogans.

A maturidade emocional das novas gerações será moldada não pela dureza, mas pela clareza. O líder do futuro é aquele que entende que cada feedback é uma oportunidade de crescimento mútuo, que cada frustração é parte da construção de resiliência, e que cada talento jovem pode se tornar uma potência duradoura quando aprende a sustentar o próprio ritmo. Liderar, nesse novo tempo, é transformar ansiedade em aprendizado, performance em equilíbrio e velocidade em sabedoria.

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