29 de julho de 2025

BYD/Alexandre Baldy: estamos doando dados e comprando tecnologia de volta, é um neocolonialismo


Por Agência Estado Publicado 07/06/2025 às 13h59
Ouvir: 02:28

O vice-presidente sênior da BYD no Brasil, Alexandre Baldy, defendeu, durante participação no Fórum Esfera, que o País assuma uma postura mais estratégica diante do uso massivo de dados por empresas estrangeiras. Para ele, o Brasil vive hoje um “neocolonialismo de dados”, no qual cidadãos e empresas doam informações sensíveis sem qualquer tipo de contrapartida ou proteção.

“O que está acontecendo hoje é um neocolonialismo. A gente não está exportando dado, está doando dado”, afirmou Baldy. Ele citou como exemplo o uso de ferramentas como o ChatGPT: “O Brasil é o quarto país que mais usa o ChatGPT, atrás apenas da Índia, Estados Unidos e Indonésia. E quando o brasileiro põe esse dado lá, muitas vezes até pagando para colocar o dado, não estamos nem exportando: estamos doando.”

O executivo destacou a necessidade de uma política nacional para a preservação de dados e apontou que, apesar de alguns defenderem um cenário sem regulação, os Estados Unidos, berço das principais big techs, já atuam para proteger seus interesses nesse campo. “O governo americano regulou o dado. Desde 2018, se o governo exigir os dados, as empresas são obrigadas a entregar os dados para os EUA”, explicou.

Para Baldy, o debate sobre regulação da IA não deve ser pautado por um “liberô geral”, mas também não pode engessar a inovação. “O governo tem que regular, mas tem que ter um planejamento estratégico. Algum nível de regulação tem que ter”, ponderou. Segundo ele, a definição de regras claras e uma visão estratégica para o setor são fundamentais não apenas para garantir a soberania digital, mas também para dar segurança jurídica a empresas e atrair investimentos, inclusive estrangeiros.

Durante a fala, Baldy também chamou atenção para o potencial tecnológico brasileiro, destacando a presença de empresas nacionais fortes no digital e a qualificação técnica dos engenheiros formados no país. “A gente precisa tirar esse complexo de vira-lata. Temos capacidade de tecnologia no Brasil”, afirmou.

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