Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

11 de dezembro de 2025

Dólar sobe de olho em quadro eleitoral, mas fecha longe das máximas


Por Agência Estado Publicado 09/12/2025 às 18h48
Ouvir: 00:00

Após se aproximar de R$ 5,50 pela manhã, o dólar desacelerou bastante o ritmo de alta ao longo da tarde e encerrou a sessão desta terça-feira, 9, a R$ 5,4359, avanço de 0,28%. Uma vez mais, a taxa de câmbio oscilou ao sabor das notícias envolvendo a pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à presidência da República e seus possíveis desdobramentos sobre a dinâmica da corrida presidencial em 2026.

Operadores atribuíram a arrancada do dólar pela manhã, com máxima a R$ 5,4958, à afirmação na segunda-feira de Flávio de que sua candidatura é “irreversível” e “não está a venda”, contrariando declaração anterior de que haveria um “preço” para retirada de seu nome do pleito. O senador também disse que tem a vantagem do sobrenome Bolsonaro ao comentar a possibilidade do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), concorrer ao Planalto.

“Ontem, o real até mostrou um pouco de fôlego com a perspectiva de que Flávio pudesse estar apenas fazendo uma jogada política e midiática e acabaria abandonando a candidatura. Mas hoje vemos um movimento de alta do dólar com o mercado avaliando que Flávio enfraquece a direita na disputa com Lula”, afirma Daniel Teles, especialista e sócio da Valor Investimentos.

A febre compradora amainou no início da tarde com a decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de pautar para esta terça a apreciação do chamado projeto da dosimetria, que traz redução de penas para condenados por atos golpistas em 8 de janeiro. Ao beneficiar Jair Bolsonaro, que cumpre pena por tentativa de golpe de Estado, a aprovação do projeto pode pavimentar o caminho para negociações que resultem na retirada da pré-candidatura de Flávio.

A avaliação entre analistas ouvidos pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) é que a saída do filho de Bolsonaro evitaria a fragmentação do campo da direita e fortaleceria a candidatura de Tarcísio, que seria capaz de barrar a reeleição do presidente Lula.

O governador de São Paulo é visto por ala relevante do mercado como fiador de um ajuste fiscal estrutural a partir de 2027 – o que se traduziria em redução dos prêmios de risco embutidos nos ativos domésticos.

À tarde, Flávio afirmou a jornalistas, em Brasília, que há “alguma insegurança” nos partidos do Centrão sobre sua competitividade na corrida eleitoral, dada a avaliação que Tarcísio estaria mais bem posicionado. O senador disse ter conversado com o ex-ministro da Fazenda Paulo Guedes antes de anunciar sua decisão de concorrer ao Planalto. Fontes afirmaram que Flávio deve tentar uma aproximação com o mercado financeiro após definição de nomes técnicos para a campanha.

“Infelizmente, a disputa política já está fazendo preço no câmbio. Temos também a pressão sazonal de remessas ao exterior”, afirma o diretor de Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, ressaltando, contudo, que o cupom cambial de curto prazo está comportado e “sem grandes alterações”, no nível de 5%. Movimentos de alta mais forte no cupom cambial, que mede o juro em dólar no Brasil, ocorrem em momentos de estresse e de menor liquidez no mercado spot.

Lá fora, o índice DXY – que mede o comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes – operava em leve alta no fim da tarde, na casa dos 99,200 pontos, após máxima aos 99,312 pontos. O iene recuava cerca de 0,60% após o presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Kazuo Ueda, minimizar os riscos inflacionários e acenar com ajuste gradual da taxa de juros. Divisas emergentes pares do real, à exceção do peso mexicano, perderam força, em meio a quedas do minério de ferro e do petróleo.

O provável desenlace da chamada “Super Quarta” – com decisão e política monetária aqui e nos Estados Unidos – tende a ser benéfico para o real, ao ampliar o diferencial entre juros interno e externo. A aposta consensual por aqui é de manutenção da taxa Selic em 15% ao ano. A dúvida é se o Comitê de Política Monetária (Copom) vai promover mudanças no comunicado e nas projeções de inflação que abram espaço para início de um ciclo de corte de juros em janeiro de 2026.

É dado como certo que o Federal Reserve vai anunciar na sexta-feira novo corte da taxa básica americana em 25 pontos-base. As atenções se voltam às projeções dos dirigentes do BC americano para atividade, inflação e juros, contidas no chamado “gráfico de pontos”, e à entrevista coletiva do chairman Jerome Powell – que podem trazer sinalizações sobre o espaço para o afrouxamento monetário adicional nos EUA.

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Taxas curtas de juros sobem após Copom e varejo; longas recuam


Os juros futuros curtos têm alta modesta na manhã desta quinta-feira, 11, em ajuste ao tom do comunicado do Comitê…


Os juros futuros curtos têm alta modesta na manhã desta quinta-feira, 11, em ajuste ao tom do comunicado do Comitê…

Economia

Vendas do varejo sobem 0,5% em outubro ante setembro, revela IBGE


As vendas do comércio varejista subiram 0,5% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal, resultado igual ao teto…


As vendas do comércio varejista subiram 0,5% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal, resultado igual ao teto…

Economia

BC da Turquia corta taxa básica de juros em 150 pontos-base, a 38% ao ano


O Banco Central da Turquia, conhecido como TCMB, cortou nesta quinta-feira, 11, suas principais taxas de juros em 150 pontos-base…


O Banco Central da Turquia, conhecido como TCMB, cortou nesta quinta-feira, 11, suas principais taxas de juros em 150 pontos-base…