08 de maio de 2025

Ibovespa recua aos 130 mil pontos no último dia de março, mas avança 6% no mês


Por Agência Estado Publicado 31/03/2025 às 17h53
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O Ibovespa retrocedeu à casa dos 130 mil pontos nesta primeira sessão da semana, com a cautela externa em torno da quarta-feira, 2 de abril, tratada como o “Dia da Libertação” pelo governo norte-americano de Donald Trump, em referência às tarifas recíprocas prometidas nos Estados Unidos para a data. Aqui, o índice da B3 chegou a recuperar a marca dos 131 mil no meio da tarde, sem força para sustentá-la no fechamento, em baixa de 1,25%, a 130.259,54 pontos. Nesta segunda-feira, 31, oscilou dos 130.114,96 aos 131.900,92 pontos, saindo de abertura em nível quase idêntico ao da máxima, então a 131.900,00. O giro financeiro foi a R$ 20,5 bilhões na última sessão do mês.

Com o desempenho desta segunda-feira, o Ibovespa limitou o ganho de março a 6,08%, não superando, dessa forma, a leitura de agosto passado, quando avançou 6,54% e estabeleceu a mais recente máxima histórica, na casa de 137 mil pontos. Até sexta-feira, o índice da B3, em alta superior a 7%, parecia a caminho de seu melhor desempenho desde novembro de 2023, com ganho de 12,54% naquele mês.

Em fevereiro, o Ibovespa teve perda de 2,64%, após progressão de 4,86% em janeiro – que havia sido, até então, o melhor desempenho mensal desde o avanço de agosto passado. No agregado em 2025, o índice subia 2,09% – e agora a conta chega a 8,29%. Em dólar, havia encerrado o segundo mês do ano a 20.756,06 pontos, com a moeda americana então a R$ 5,9163.

Agora, com o dólar à vista a R$ 5,7053 no fechamento de março, em retração de 3,57% no mês, o índice da B3 se recupera a 22.831,32. Dessa forma, em dólar, supera também o nível do fim de janeiro (21.611,03), chegando agora ao maior nível desde o fechamento de setembro, então a 24.198,04.

“Iniciamos março com o mercado já atento a incertezas, movendo-se de forma lateral. Mas, no decorrer do mês, a alta foi bem expressiva na B3, descolando o Ibovespa do exterior”, observa Fernando Cesar, especialista em investimentos na WIT Invest. Ele destaca o setor bancário, de peso e liquidez, como um dos pontos altos da bolsa brasileira em março, mês em que ocorreu uma rotação de ativos em escala global a partir da correção em Nova York. Em março, Itaú PN subiu 8,24% e os ganhos acumulados em Bradesco chegaram a 12,92% na PN e a 9,66% na ON.

Por lá, os ativos estavam com preços esticados e foram afetados pela expectativa de que a economia americana venha a desacelerar, e com inflação ainda em nível importante, em meio às iniciativas protecionistas de Trump. Assim, em Nova York, setores de crescimento, como o de tecnologia, estiveram entre os mais punidos no ajuste em curso: no mês, o Nasdaq retrocedeu 8,21%, enquanto a correção no índice amplo, S&P 500, ficou em 5,75% e no tradicional Dow Jones, em 4,20%.

Na sessão, os investidores monitoraram de perto os desdobramentos em torno das políticas comerciais internacionais, e os potenciais impactos na economia brasileira, aponta Inácio Alves, analista da Melver, ao justificar a abordagem cautelosa no mercado neste começo de semana, à espera do “fato”: as tarifas recíprocas prometidas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta quarta-feira de apreensão global.

Na agenda doméstica, ele destaca o Relatório Focus, divulgado de manhã pelo Banco Central. A leitura do mercado manteve, nesta semana, a projeção da inflação oficial pelo IPCA para 2025 em 5,65% – acima, portanto, do centro da meta, de 3%, estabelecida para o ano e do teto da faixa de variação tolerada, de 4,5%. Alves observa também que a estimativa para o crescimento do PIB foi reduzida pela terceira semana consecutiva, passando agora de 1,98% para 1,97%, enquanto a previsão para o dólar no fim de 2025 caiu de R$ 5,95 para R$ 5,92.

Na ponta ganhadora do Ibovespa na sessão, Pão de Açúcar (+13,60%), Minerva (+1,77%) e TIM (+1,29%). No lado oposto, CVC (-6,19%), Vamos (-6,00%) e Marcopolo (-5,26%). Vale ON caiu nesta segunda 1,49% e Petrobras fechou o dia em baixa de 0,61% na ON e de 0,72% na PN. No mês, a ação da mineradora subiu 6,82% e as da petroleira avançaram 4,53% (ON) e 3,42% (PN).

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