Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

15 de dezembro de 2025

Para Iata, governo brasileiro cobra expansão das aéreas, mas segue impondo obstáculos


Por Agência Estado Publicado 25/06/2025 às 16h43
Ouvir: 00:00

O vice-presidente para as Américas da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), Peter Cerdá, responsabilizou o governo brasileiro pelas dificuldades enfrentadas pelas companhias aéreas do País. Para o representante, o Executivo tem atuado de forma contraditória na última década, cobrando ampliação do mercado e barateamento de passagens ao mesmo tempo que ignora pautas do setor.

“O governo nos pede mais conectividade, quer mais concorrência e empresas low cost, mas não oferece as condições para isso. A aviação no Brasil é onerada com 25% de imposto sobre passagens, 14% sobre o combustível, que é produzido no País, e enfrenta o ambiente jurídico mais litigioso do mundo”, disse ele. “Não é culpa das companhias aéreas. É o governo que falha”, afirmou a jornalistas em evento do setor realizado em Bogotá, na Colômbia.

Para Cerdá, a entrada das três maiores companhias brasileiras em processos de recuperação judicial se deu como resultado dos custos de operação elevados e, principalmente, pela inação do governo no período de crise da pandemia de covid-19. “Enquanto o resto do mundo estava resgatando o setor, o governo brasileiro não interveio para ajudar.”

Apesar das dificuldades reclamadas, o vice-presidente disse que a atuação das empresas garantiu avanços importantes nos últimos 15 anos. Ele citou o aumento da conectividade, a queda de preços das passagens e o crescimento da malha aérea. Mas ponderou que medidas recentes, como o aumento da carga tributária em 26%, inibem o crescimento e afastam novos players. “Essas companhias que o governo quer atrair (low cost) nunca virão. E as que estão comprometidas com o Brasil terão que cortar voos. Temos que perguntar as razões ao governo.”

Na avaliação da Iata, a ausência de uma estratégia governamental consistente transformou o Brasil em um mercado com potencial inexplorado. Cerdá comparou a situação com países como Argentina, Guatemala e Guiana. “Eles tomaram medidas ousadas para tornar a aviação acessível, competitiva e liberalizada. Precisamos que outros sigam o exemplo.”

Ainda conforme o representante, o governo brasileiro precisa assumir papel mais ativo e estratégico no setor, chamando atenção para possíveis ajustes no marco regulatório. “E neste momento, eu diria, não por causa das companhias aéreas, mas por causa das regulamentações que temos no Brasil, por causa do governo, estamos falhando”, completou Peter Cerdá.

*O repórter viajou a convite da Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata).

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Projeção do Focus de crescimento do PIB de 2025 segue em 2,25%; 2026 continua em 1,80%


A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 permaneceu em 2,25%. Um…


A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 permaneceu em 2,25%. Um…

Economia

Selic no fim de 2026 passa de 12,25% para 12,13%, aponta Focus


A mediana do relatório Focus para a Selic no fim de 2026 caiu de 12,25% para 12,13%. Há um mês,…


A mediana do relatório Focus para a Selic no fim de 2026 caiu de 12,25% para 12,13%. Há um mês,…

Economia

Focus: mediana de IPCA 2025 passa de 4,40% para 4,36%, abaixo do teto da meta


A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 caiu de 4,40% para 4,36%. A taxa está 0,14 ponto…


A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 caiu de 4,40% para 4,36%. A taxa está 0,14 ponto…