Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao acessar nosso portal, você concorda com o uso dessa tecnologia. Saiba mais em nossa Política de Privacidade.

22 de novembro de 2024

Glory hole, dark room: ‘Lan house do sexo’ tem público ‘fiel’ e fica no centro de Maringá


Por Ivy Valsecchi Publicado 28/07/2023 às 10h10 Atualizado 31/07/2023 às 10h53
Ouvir: 00:00

Sexo sem compromisso no Centro de Maringá, das 10h às 22h, de segunda a sábado. É o que buscam as pessoas que frequentam o que se pode chamar de ‘lan house do sexo’.

Cabine individual da ‘lan house do sexo’ de Maringá. É a mais simples, com um glory hole, uma espécie de janelinha que permite contato com a pessoa que está na cabine ao lado, e não permite visita. Foto: Divulgação/Cyber Hot

Em um espaço de cerca de 480m², na Rua Octavio Perioto, no Centro de Maringá, os visitantes circulam pelas cabines, sala de cinema que transmite filme pornográfico, uma sala com sofá, bar e palco com pole dance, e pelos famosos dark rooms, os quartos pretos, onde, com consentimento, ‘vale tudo’ e ninguém consegue se ver.

A reportagem esteve no Cyber Hot e o que vimos foi um lugar movimentado em uma terça-feira no começo da tarde. O lugar é climatizado, com alguns ambientes claros e outros com ‘clima de balada’. Nos sentamos para conversar com o casal proprietário do cyber em uma das 15 cabines, a vip, que é mais espaçosa do que as tradicionais, tem cama de massagem e permite a visita de até três pessoas.

Os donos do local

João Emanuel Leite Tomé, de 44 anos, e Andressa Scheretter, de 42 anos, vieram há seis anos de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, para Maringá, com o objetivo de ficar mais perto da família e abrir o próprio negócio. Mas o que poderia dar certo na cidade? Como ganhar dinheiro? O que dá retorno rápido? “Sexo. Todo mundo faz sexo”, concluíram. Surgiu, então, a ideia do cyber, aberto há 1 ano e 2 meses. Andressa trabalhava como correspondente bancária e João como massoterapeuta. “Por isso um dos ganchos de ter aberto isso aqui. Foi um dos espaços que a gente pensou. Hoje eu não trabalho mais na área, não atendo mais, mas temos o espaço para os clientes”, explica Tomé, referindo-se à cama de massagem de uma das cabines vip.

O horário de funcionamento e a localização são estratégicos. “Foi uma das nossas apostas. Ou a gente criava em um local mais isolado, mais longe, ou a gente procurava no Centro. Daí a gente procurou no centro, porque acontece aquela rapidinha na hora do almoço. Acabou dando certo. Sobre o horário, já tentamos funcionar de madrugada, mas não deu certo. A região aqui é mais diurna mesmo, e é o horário que a galera tá trabalhando e dá uma ‘escapadinha'”, explica o casal.

Na ‘lan house do sexo’ a discrição é a palavra de ordem. Os clientes costumam usar nomes fictícios. “O que acontece aqui, fica aqui”, ressalta Andressa.

Algo que também chama a atenção são os sons que se escutam de todos os ambientes. E a ideia é justamente essa, todo mundo poder se escutar. “Quanto mais barulho acontece mais a galera ‘fica louca’. É assim que funciona”, diz a proprietária.

‘Buracos da glória’…dark rooms: como funciona a ‘lan house do sexo’ de Maringá

A ‘lan house do sexo’ de Maringá funciona com alugueis de cabine. Quando o cliente chega, o casal apresenta a casa e mostra os ambientes comuns, nos quais é liberado circular sem custo: a sala com bar, sofá e pole dance, os dark rooms, cinema privê e corredores. Depois, é direcionado para uma das cabines, que oferecem preservativos e é onde ficam os famosos glory holes entenda abaixo.

Pelo computador que fica na cabine o cliente acessa o sistema do cyber e começa a conversar pelo chat com as pessoas que estão nas outras cabines, sem que ninguém se veja. A partir daí tudo pode acontecer: aproveitar o hole glory, receber dentro da própria cabine o cliente que está em outra, ou ir para os ambientes comuns, como o famoso dark room, muito escolhido justamente pela possiblidade de preservar a própria identidade.

A cabine individual custa R$ 14 a hora; a cabine dupla, que permite que o cliente receba até duas pessoas, custa R$ 25 a hora; a vip, com banheiro, chuveiro e cama de massagem custa R$ 30 a hora e permite a visita de até três pessoas, e a cabine 15, com cama, custa R$ 50 a hora e também permite que se receba até três pessoas. Para as pessoas que não gostam de ficar ‘presas’ nas cabines, a casa oferece a opção de diária, que custa R$ 18 e permite que a pessoa entre e saia do local quantas vezes quiser e frequente as áreas comuns.

Cabine dupla ‘lan house do sexo’ de Maringá. Tem dois glory holes, e permite a visita de até duas pessoas. Foto: Divulgação/Cyber Hot

O grande atrativo

O glory hole, ou ‘buraco da glória’, é o grande atrativo da casa, juntamente com os os dark rooms. Trata-se de uma espécie de janela na parede, que pode ser aberta para que a pessoa tenha uma interação íntima com quem está na cabine ao lado. “A pessoa tem essa privacidade de abrir ou não. É lógico…as pessoas vão ali na curiosidade e acabam abrindo e ali começam as brincadeiras. O nosso chat interno tem a numeração das cabines, então eles vão se localizando”, explica Tomé.

Os proprietários fazem questão de destacar também o glory hole feminino, maior que o masculino. “É um diferencial aqui de Maringá. É uma janela maior. Tem meninas que ficam ali naquele buraco e os caras brincam com elas sem olhar o rosto delas. Os casais também usam bastante”, contam.

Quem são os clientes?

A casa é aberta para todas as pessoas. “Passou de 18 anos é bem-vindo. Aqui todo mundo se respeita e o ‘não’ prevalece. E aqui o sexo é permitido e é gostoso em qualquer ambiente, inclusive nos corredores. Apenas nas cabines individuais as visitas não são permitidas (para isso existem as cabines duplas, cabines vips e os dark rooms), mas a regra não costuma ser seguida. Eles vão lá e entram porque ninguém vai dar bronca, ninguém vai chamar a atenção”, conta o casal.

Segunda-feira tem mais movimento

Uma média de 40 pessoas frequentam o lugar todos os dias, número que chega a 70 às segundas-feiras, que é o melhor dia da semana na casa. “É devido ao público hétero que a gente recebe, porque acho que eles ficam em casa presos, realmente é o dia que mais tem movimento”, diz Andressa.

Os donos explicam que durante o dia quem mais frequenta o local são os héteros, homens e mulheres, que são, na maioria, garotas de programa. No entanto, depois desse horários o público gay, a maioria homens, costuma dominar a casa. “Daí nós temos as quartas dos casais, que tá bem famosinha aqui na região. A partir das 17h a gente recebe casais do meio liberal, daí as garotas de programa vão embora. A gente recebe os casais e a festa é aqui”, contam.

A cabine vip conta com cama de massagem. Foto: Divulgação/Cyber Hot

E o casal garante que o lugar é viciante. “Quem vem a primeira vez volta. Tem pessoas que perdem a noção do tempo aqui”.

Uma informação que o casal faz questão de destacar é que toda interação entre os clientes é espontânea, ou seja, qualquer acordo feito entre alguém que esteja no local como profissional do sexo é particular e não envolve intermediações do casal. “Todos são clientes iguais, todos pagam a nossa cabine, então o nosso negócio é aluguel de cabines”, frisa Andressa.

“Gostei e acabei ficando”

Atraída pela discrição, a garota de programa Amanda (nome fictício), passou a frequentar o local. Ela tem 28 anos, é do Mato Grosso, está em Maringá há seis anos e ficou sabendo do lugar por meio de um amigo.

“Vim conhecer, gostei e acabei ficando. Eu já tenho alguns clientes, mas muitas vezes você e encontra os clientes aqui. Eu faço meu horário. Às vezes eu venho de segunda a sexta depois do meio-dia, às vezes eu não venho, não é nada fixo. Pela questão das cabines é algo bem discreto. Vem alguns casados e aí eles entram direto, vai na cabine, conversa pelo bate papo, você não sabe quem é a outra pessoa. Tem o glory hole…eu acho que é ótimo”, avalia.

“A gente pensa em não vir, mas quando vê já tá aqui dentro”

O maringaense Daniel (nome fictício), de 42 anos, é um desses clientes citados pelos proprietários que perde a noção da hora no lugar.

Ele trabalha como vendedor e conheceu o cyber há cerca de cinco meses por meio de um anúncio. Desde então, frequenta o local todos os dias. “Automaticamente ficou vicioso. Como eu trabalho na área de vendas eu trabalho muito no celular, então eu faço na rua o que tem que fazer presencialmente e o que eu faço pelo celular eu venho e aproveito a casa. É um vício, é muito boa a casa. Tem hora que a gente pensa em não vir mas quando vê já tá aqui dentro”, revela.

Daniel é casado e conta que frequenta o local sem que a mulher saiba. Ele gosta de ver as pessoas interagindo. “Eu gosto de ver a baguncinha aqui. Acho legal. Eu só não venho quando tenho que ir pra outra cidade trabalhar”, conta.

Veja fotos da ‘lan house do sexo’ de Maringá

Pauta do Leitor

Aconteceu algo e quer compartilhar?
Envie para nós!

WhatsApp da Redação
GMC+

Novas imagens mostram estudante de Medicina dando tapa em viatura da PM e sendo perseguido


Novas imagens de uma câmera de segurança mostram o momento em que o estudante de medicina Marco Aurélio Acosta, de…


Novas imagens de uma câmera de segurança mostram o momento em que o estudante de medicina Marco Aurélio Acosta, de…

GMC+

‘Você pode tirar todo o resto de mim. Nada mais importa’, diz Angelina Jolie sobre maternidade


Angelina Jolie falou sobre o papel que a maternidade ocupa na sua vida. A atriz de 49 anos é mãe…


Angelina Jolie falou sobre o papel que a maternidade ocupa na sua vida. A atriz de 49 anos é mãe…

GMC+

Exposição do Castelo Rá-Tim-Bum é prorrogada em São Paulo


Presente no imaginário de muita gente, o Castelo Rá-Tim-Bum completou 30 anos e ganhou uma exposição em São Paulo. A…


Presente no imaginário de muita gente, o Castelo Rá-Tim-Bum completou 30 anos e ganhou uma exposição em São Paulo. A…