Quem acompanhou o futebol paranaense entre os anos 1990 e início dos anos 2000 se acostumou a ver um ‘revezamento’ da taça do Campeonato Estadual entre o ‘trio de ferro’ da capital. Em 14 edições do Campeonato Paranaense – de 1993 a 2006 -, apenas em uma oportunidade o troféu não ficou com Athletico Paranaense, Coritiba ou Paraná Clube. Em 2002, o modesto Iraty levantou o caneco após superar o Grêmio Maringá na final. É válido ressaltar, no entanto, que nessa edição do estadual, os quatro primeiros colocados em 2001 (Paraná, Coritiba, Athletico e Malutrom) não disputaram o torneio, por estarem jogando a Copa Sul-Minas.
A hegemonia precisava ser quebrada. E essa missão ficou à cargo do Atlético Clube Paranavaí (ACP), que celebra a conquista do Campeonato Paranaense de 2007 nesta quinta-feira, 6. Neste mesmo dia, há 14 anos, o time de Paranavaí (a 70 quilômetros de Maringá) segurava um empate em 0x0 diante do Paraná Clube, que era o atual campeão, na Vila Capanema, garantindo o primeiro título estadual de sua história e se tornando, até o momento, o último campeão inédito do noroeste do Estado.
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Foi uma conquista com emoção do início ao fim. A palavra ‘superação’ fez parte do dicionário do ACP ao longo de todo aquele primeiro semestre. Longe de ser apontado como favorito ao título, o vermelhinho terminou a primeira fase apenas na 5ª posição, com 26 pontos, apesar de uma campanha regular. Na segunda fase, passou em 2º lugar do grupo B – que teve como líder o Athletico Paranaense -, com apenas 1 vitória em 6 partidas.
Mas, para todo time campeão é preciso, além de uma boa estratégia, ter muita sorte. Mesmo com uma campanha irregular na segunda fase, o caminho até as semifinais foi trilhado, restando ainda dois enormes desafios. No primeiro jogo das semis contra o Coritiba, uma vitória maiúscula por 3×1 no Waldemiro Wagner, em Paranavaí, que credenciou o time do interior como candidato ao título.
Na final contra o Paraná, os comandados de Amauri Knevitz construíram, mais uma vez, o resultado em Paranavaí, com uma vitória por 1×0, bastando um simples empate no jogo da volta em Curitiba. Foi o que aconteceu. Mesmo em uma Vila Capanema lotada, com mais de 20 mil torcedores, o ACP segurou a pressão tricolor, com o 0x0 no placar garantindo a taça. Ao final daquela campanha, o ACP encerrou o estadual com 25 jogos, 10 vitórias, 10 empates e 5 derrotas. O time-base do treinador Amauri Knevitz tinha Vanderlei; Rodrigo Delazari, Diego Correa e Robenval; Gilberto Flores, Márcio, Tales, Agnaldo (Rafael) e Roque (Adriano); Tiago e Edenilson.
Aquele título também serviu para revelar ao futebol nacional o goleiro Vanderlei, que se transferiria e se tornaria ídolo do Coritiba pouco depois e ainda acumularia passagens por Santos, Grêmio. Atualmente, o arqueiro, destaque do ACP naquele ano, defende o Vasco da Gama.
