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19 de abril de 2024

Covid-19: O perfil de quem perdeu emprego e os segmentos mais afetados em Maringá


Por Dra. Juliana Franco Afonso Publicado 03/07/2020 às 14h24 Atualizado 24/02/2023 às 12h45
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Foto: Arquivo/Agência Brasil

Em Maringá, maio apresentou a terceira baixa consecutiva no número de postos de trabalho com carteira assinada, sendo a 3° do Estado em saldo negativo de emprego, ficando apenas atrás da Curitiba e Londrina. No acumulado de março a maio foram fechados 5.645 postos de trabalho no município, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Abril foi o mês que apresentou a maior queda ( 61% do total), já apresentando os efeitos negativos sobre a renda e expectativa dos empresários quanto à sobrevivência de seus negócios. Isso, em decorrência do decreto de isolamento social publicado em Maringá no dia 20 de março, como medida para conter o avanço do novo coronavírus no município.

Mas qual o perfil das pessoas que perderam o emprego em Maringá? Quais os segmentos de mercado que mais fecharam postos de trabalho?

Os onze segmentos que apresentaram os maiores saldos negativos de emprego no acumulado de abril e maio em Marigá foram:

Estes segmentos representam 68,5% do total das baixas no trabalho formal em Maringá. Podemos verificar que o segmento de Alojamento e Alimentação, que incluem bares, restaurantes, serviços de bufê e hotéis foram os que mais fecharam postos de trabalho, seguidos pelo segmento de Educação, com destaque para a Educação Superior que fechou 287 postos de trabalho.

Os postos de trabalho que foram fechados tiveram o seguinte perfil de trabalhadores entre abril e maio:

Homens e mulheres foram demitidos quase que na mesma proporção, não havendo discriminação por gênero.

Com relação à Faixa Etária, verifica-se que os trabalhadores entre 30 a 39 anos foram os mais atingidos, seguidos pelos mais jovens, na faixa etária entre 17 a 24 anos, configurando as pessoas que estão se inserindo, muitas vezes pela primeira vez, no mercado de trabalho.

Com relação ao nível de instrução, percebemos que os menos instruídos são os mais penalizados. 81% dos trabalhadores que ficaram sem emprego possuem até o ensino médio, evidenciando mais uma vez a importância da Educação para manutenção do emprego.

Os dez cargos que apresentaram os maiores saldos negativos de emprego no acumulado de abril e maio em Maringá foram:

Estes cargos representam 81% do total das baixas no trabalho formal em Maringá.

Se o consideramos o trabalho informal, o resultado é ainda mais devastador. Isso porque, segundo mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do trimestre fevereiro a abril, a cada emprego formal fechado, outros três postos de trabalho informal têm o mesmo destino.

Este setor inclui os trabalhadores sem carteira assinada, o trabalhador autônomo sem CNPJ registrado e o empregador sem CNPJ registrado (microempreendedor sem registro).

O setor informal é o mais vulnerável a crise, visto que não há respaldo legal que garanta direito a estes empregados, que não possuem direito ao FGTS nem seguro-desemprego. Como forma de amenizar os impactos negativos na renda destes trabalhadores, o Congresso Nacional aprovou no fim de março o “Programa de Pagamento de Auxílio Emergencial” de R$ 600 mensais.

Texto assinado pela Dra. Juliana Franco Afonso

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