Nesta sexta-feira, 8, o mundo celebra o Dia Internacional da Mulher, uma ocasião para reconhecer as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres ao longo da história. Em Maringá, essa celebração ganha um toque especial com a história da maringaense Estela Favoretto, uma piloto de avião que conseguiu seu espaço em uma profissão predominantemente masculina.
A maringaense tem uma experiência de mais de duas décadas na indústria da aviação. Ela deu seus primeiros passos na carreira em 2001, atuando como comissária de bordo. No entanto, ao longo dos anos, quis alçar voos mais altos e, atualmente, faz parte do grupo de pilotos de uma grande companhia aérea.
Ao GMC Online, ela explica que apesar da profissão ser bastante dominada pelo público masculino, sempre foi bem recebida pelos colegas de trabalho.
“As palavras de apoio, admiração e carinho são infinitamente maiores que as de depreciação. Posso contar nos dedos os dias que percebi olhares negativos. Apesar da realidade de algumas pilotos que conheço, eu, Estela, normalmente sou bem recebida por colegas e passageiros. Associei a aceitação ao nosso interior, tentando ver o lado bom das coisas, tornando a vida mais leve.
Foto: Arquivo pessoal
Rotina e disciplina
Geralmente, rotina de um aeronauta começa antes do amanhecer, com uma revisão meticulosa dos procedimentos de voo e da aeronave.
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Uma vez a bordo, a rotina exige comunicação eficiente, tomada de decisões rápidas e habilidades técnicas afiadas. Cada voo é uma jornada única, com suas surpresas e desafios, exigindo que o aeronauta permaneça vigilante a cada momento.
Por isso, a vida do aeronauta exige disciplina, organização e planejamento. Estela ressalta que trabalha em uma empresa que disponibiliza uma escala mensal e, assim, consegue conciliar sua escala com a do marido e daqueles que a ajudam.
“Podemos passar até seis dias em viagem e devido a isso é imprescindível ter uma rede de apoio quando se tem filhos pequenos. No meu caso, eu sou mãe da Brenda de 6 anos, meu marido Sandro é meu grande incentivador e, como ele não é da aviação, ele está em casa todos os dias, o que me traz uma enorme tranquilidade .Além dele, meus sogros Arlete e João entram em cena sempre que necessário. Somos um belo time”, destaca.
Representativa das mulheres na aviação
Dados disponibilizados pela Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) e pela Agência Reguladora Brasileira mostram que atualmente as mulheres são 2% do quadro total de pilotos no Brasil e 5% no mundo. O número apesar de ser pequeno, está aumentando nos últimos anos.
“A profissão de piloto antigamente era predominantemente ocupada por homens, a tendência natural é a inserção da mulher cada vez mais nessa área, assim como ocorre o inverso em algumas outras profissões. As empresas assim como a agência reguladora tem promovido ações de incentivo, treinamentos e oportunidades para as mulheres com o intuito de aumentar a representatividade feminina em cargos de liderança. Vejo com bons olhos desde que a nossa inserção não prejudique também o outro lado, nosso direito acaba quando começa o direito do outro”, destaca a piloto Estela Favoretto.
Momentos gratificantes na carreira
Ao longo de toda sua carreira, Estela Favoretto viajou para vários destinos. Para ela, essas experiências abriram horizontes fazendo com que ela aproveitasse ao máximo. De lá para cá, a maringaense tem colecionado grandes momentos pilotando o avião.
“Apesar do pouco tempo exercendo o cargo de Primeira Piloto Oficial, já tive alguns voos que me marcaram: O meu primeiro voo em si no Airbus 320; o meu primeiro voo para Maringá no Paraná, minha cidade Natal, fechando ali um ciclo de realizações pessoais e profissionais; o dia que pilotei o avião pela primeira vez para minha filha e meu marido num voo para Lima no Peru e aguardo agora a oportunidade de levar meus pais em um voo em que eu esteja pilotando”, comenta a maringaense.
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Para quem deseja ingressar nesta área, Estela recomenda desenvolver habilidades como planejamento, disciplina e constância nos estudos e nas suas atitudes. “Busque apoio, aumente seu networking e faça o melhor que puder com as ferramentas que você tem. Pratique a comunicação assertiva e esteja aberta ao aprendizado constante e faça sempre autoavaliações de tempos em tempos. Seja paciente: sem pressa e sem pausa. Isso vale também para os meninos”, aconselha.
E nesta sexta-feira, Dia da Mulher, Estela afirma que passará o dia fazendo o que mais ama e desejou por anos. “Passarei trabalhando, fazendo exatamente o que gostaria de estar fazendo. Passei anos desejando isso e hoje, me sinto lisonjeada em poder comemorar essa data desta maneira”, diz.
Foto: Arquivo pessoal
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