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20 de maio de 2024

Parque do Ingá já foi ponto de encontro de lavadeiras em Maringá; veja vídeo raro


Por Rafael Bereta Publicado 03/09/2023 às 12h19
 Tempo de leitura estimado: 00:00
Foto: Arquivo/Maringá Histórica

Na memória das filhas de pioneiros que cresceram às sombras das árvores do Parque do Ingá, há uma história que segue viva e que se entrelaça com as raízes da Cidade Canção. São histórias de mães fortes e trabalhadoras que, décadas atrás, desafiaram as adversidades econômicas e sociais para sustentar suas famílias como lavadeiras. Veja o vídeo raro abaixo.

Na década de 1970, a mina de água no Parque do Ingá era usada por várias lavadeiras de roupas que sobreviviam economicamente deste tipo de serviço. Com baldes e sabão, elas encaravam a tarefa com maestria, lavando roupas de familiares e donos de estabelecimentos.

Ao GMC Online, a moradora de Maringá Célia Gama, 68, explica que sua mãe, por muitos anos, lavou roupas no lago do Parque do Ingá. “Eu tinha apenas oito anos, mas ainda lembro quando acompanhava minha mãe até o Parque do Ingá. Aqueles eram tempos difíceis, mas também tempos de comunidade e solidariedade. As mulheres se ajudavam mutuamente e encontravam força na companhia umas das outras”, explica.

Tradição

A tradição das lavadeiras do Parque do Ingá remonta a tempos em que a simplicidade era a norma. Elas foram testemunhas das mudanças que a sociedade passou ao longo dos anos. “De todo modo, muitas mulheres que lavavam as roupas tinham esse trabalho como forma de sustento. Minha mãe mesmo, lavava roupas dos guardas urbanos que hoje seriam da Guarda Municipal. Não era muito dinheiro, mas ajudava em casa”, afirma Célia.

De fato, além da importância histórica, as lavadeiras também desempenharam um papel crucial na comunidade. Elas não apenas forneciam um serviço essencial, mas também eram agentes de conexão social. Enquanto lavavam, trocavam histórias, conselhos e risadas, criando uma rede de apoio que transcendia a simples tarefa de lavar roupas.

Com baldes e sabão, as lavadeiras encaravam a tarefa com maestria, lavando roupas de familiares e donos de estabelecimentos. Foto: Arquivo/Maringá Histórica

Memórias

Para alguns residentes de Maringá, as lembranças das lavadeiras do Parque do Ingá são vivas e carregadas de gratidão. Ao passar pela Avenida Paissandu, a reportagem do GMC Online conheceu a dona Maria Oliveira, de 88 anos, uma das filhas de pioneiros da cidade que cresceu nos arredores do parque. Ela afirma que a mãe por anos foi uma das lavadeiras no Parque do Ingá.

“Minha mãe sempre foi um exemplo de força e determinação. Ela nos ensinou a nunca desistir, não importa o quão difícil as coisas pareciam ser. De fato, muitas mulheres lavavam roupas no lago do Parque do Ingá. Lembro também que elas eram supervisionadas por uma mulher chamada Gerosina, que coordenava as lavadeiras no local. Era ela quem autorizava quem podia ou não lavar roupa ali”, diz.

Dona Maria de 88 anos, afirma que a mãe por anos foi uma das lavadeiras no Parque do Ingá

Em um registro raro, o site Maringá Histórica encontrou um vídeo onde mulheres utilizavam uma nascente, em algum ponto de Maringá para lavar roupas. Essa relíquia audiovisual lança luz sobre uma parte menos conhecida da história da cidade, que eventualmente pode ter se desenvolvido no que hoje conhecemos como o Parque do Ingá.

Essas imagens preciosas, além de capturar o trabalho árduo das lavadeiras, também revelam a conexão entre as pessoas e a paisagem natural da região. Esse achado histórico é um lembrete da importância de preservar e compartilhar as histórias que moldaram Maringá ao longo dos anos, enriquecendo a compreensão da cidade e raízes.

Veja um vídeo das lavadeiras na década de 1970

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