‘Estrela de Natal’ poderá ser vista no céu de Maringá nesta segunda-feira; ENTENDA

O ano de 2020 não para de surpreender. Amantes da astronomia poderão observar um fenômeno raro que não acontece desde a Idade Média, mais precisamente no ano de 1.226. O alinhamento dos planetas Júpiter e Saturno formará o que muitos estão chamando de “Estrela de Natal”. A aproximação máxima será nesta segunda-feira, 21 de dezembro, e poderá ser vista no céu de Maringá e região.

Enquanto a Terra demora um ano para dar uma volta ao Sol, Júpiter demora 12 anos e Saturno 30 anos. A conjunção acontece devido à condição especial em que os dois planetas estarão em suas órbitas, vistos da Terra. 

Veja a simulação de como os planetas serão vistos nesta segunda-feira:

Os planetas estão se alinhando desde o dia 16 e já podem ser vistos mais próximos no começo da noite, a oeste. Após o dia 21, será possível vê-los se afastando novamente, segundo o professor e astrônomo amador, Maico Zorzan, membro do Clube de Astronomia Edmond Halley (Caeh). 

“Assim como um eclipse, esse é um fenômeno que depende de fatores exclusivos de órbita, e demoram a se repetir, então é uma chance legal para quem quer ver um fenômeno que, a última vez que aconteceu, foi em 1623. Mas em 1623 eles não estavam tão próximos como estarão agora. Com essa mesma aproximação, teremos que voltar lá em 1226. Lembrando que temos próximo a cada duas décadas um alinhamento, mas com essa aproximação, o Brasil era praticamente recém descoberto”, disse em entrevista ao GMC Online.

Coincidentemente, essa conjunção acontece no dia do solstício de verão no hemisfério sul. “É uma mera coincidência, mas dá um charme ao evento”, destaca o astrônomo amador. 

Antigamente, este fenômeno raro era visto como um sinal divino, segundo Zorzan. “Esse tipo de fenômeno era tido como um sinal dos deuses, e definia governos, guerras e outras mazelas do mundo antigo. Hoje, temos conhecimento astronômico para prever o fenômeno e entender como ele acontece”, frisa.

Apesar de apelidado de ‘Estrela de Natal’ ou até ‘Estrela de Belém’, não há registros históricos que comprovem a relação do fenômeno com o evento bíblico, da estrela que teria revelado o nascimento de Jesus aos Três Reis Magos. “Houveram conjunções próximas do ano um, mas não se tem referencial histórico delas”, acrescenta Maico Zorzan.

O fenômeno raro poderá ser visto a olho nu, logo após o pôr do Sol, a oeste.

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