Greve na UEM já passa de um mês
No dia 26 de junho, servidores da Universidade Estadual de Maringá aprovaram uma greve. Foi durante uma assembleia unificada, composta por diversos sindicatos. O principal motivo foi a negativa do governo em dar a recomposição salarial com base na inflação dos últimos 12 meses, de 4,94%.
Dias antes, com indicativo de greve aprovado na UEM e em algumas outras instituições estaduais, o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior, disse que não aceitaria a pressão da categoria e que não daria o reajuste. Foi uma fala que deixou a mobilização ainda mais acirrada, e levou a aprovação da greve.
Um mês depois, pouca coisa mudou na UEM. O que aconteceu foi que em todas as universidades estaduais do Paraná a greve foi aprovada – algumas com mais adesão dos servidores do que em outras.
Até o momento, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) retomou as atividades e a Unespar não suspendeu o calendário acadêmico. Cada cidade tem o seu próprio sindicato, o que varia a mobilização de uma universidade para outra.
Durante o mês de greve, houve divergências dentro das próprias categorias de servidores públicos. A APP Sindicato, que representa os servidores de rede estadual de ensino, entrou e saiu da greve. Algumas outras categorias menores do funcionalismo também.
A primeira proposta do Governo, no dia 03 de julho, de 0,5% neste ano, foi rejeitada por todos. Novas discussões foram feitas. No caso das universidades públicas, no dia 08 de julho houve uma negociação entre sindicatos e governo, que não avançou.
Aí, após várias rodadas, o Governo propôs 5,08% de reajuste de forma parcelada: 2%, com pagamento em janeiro de 2020, e as outras duas 1,5%, com pagamentos em janeiro de 2021 e janeiro de 2022, se houver disponibilidade financeira no caixa do Estado. Os servidores da UEM rejeitaram e aprovaram a continuidade da greve.
O presidente da Sesduem, Seção Sindical dos Docentes da UEM, disse que o período em greve tem sido de discussões e análises sobre as situação das universidades. Quanto ao reajuste, ele espera que o Governo protocole na Assembleia Legislativa para que novos debates sejam feitos.
Por conta da greve, as aulas na graduação estão suspensas. Os programas de pós-graduação continuam. No Hospital Universitário não são mais agendadas consultas e cirurgias eletivas. O Pronto Socorro segue funcionando normalmente.
Os servidores querem reposição de quase 5% neste ano. Sem reposição desde 2015, eles afirmam ter perdido 17% do salário no período.