Mesmo na pandemia, a brincadeira de soltar pipas tem levado muita gente para áreas livres como terrenos descobertos em fundos de vale e loteamentos nas periferias. Brincar não é crime. O problema é quando a brincadeira coloca em risco a vida de outras pessoas.
Muitas dessas pipas ganham os céus com linhas cortantes, a chamada linha chilena ou com cerol. Crianças e até adultos se divertem cortando a linha do adversário.
O comerciante Benilson Batista Barbosa vê isso com frequência.
“Eu vejo direto crianças, adolescentes e até adultos soltando pipa. A brincadeira deles é um tentar cortar a linha do outro, utilizando o cerol. Depois, junta um monte de criança com pedaço de madeira, correndo na rua, tentando pegar a pipa cortada”, afirmou.
E a pipa cortada vai embora flutuando até cair numa residência, ficar presa numa árvore, se enroscar no caminho de algum motociclista. Está aí o perigo.
“Essa semana, duas vezes, caiu pipa em cima da minha casa e a linha ficou atravessada. Tenho irmãos, parentes, todos que pilotam motos e entendo o perigo. Minha orientação para eles é que tenham aquele dispositivo para cortar linhas”, declarou.
Na semana passada, um homem foi atropelado por um caminhão em Maringá quando corria para apanhar a pipa do filho. E o Benilson já viu um motociclista morrer ao ser atingido por uma linha cortante. Uma cena impossível de esquecer, por isso, sempre que vê gente manuseando linhas cortantes ele orienta e até chama a polícia.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar. O tenente João Marcos Dutra, oficial de comunicação da Polícia Militar, explicou que em caso de flagrante de linha com cerol é preciso ligar para o 190, que atende todos os chamados seguindo a prioridade dos casos.
O tenente diz que a situação pode ser enquadrada como crime ou contravenção de acordo com a interpretação do delegado. Ou seja, quem estiver soltando pipa com linha cortante ou vendendo este material proibido vai parar na delegacia.
“A Polícia Militar está autuando, sim. As pessoas que vendem o material também podem ser autuadas por contravenção, que também é crime. As pessoas que utilizam pode acabar colocando a vida de outras e até as delas mesmas em risco. Por isso, orientamos que as pessoas não utilizem, em hipótese alguma, esse tipo de linha”, afirmou.
A Guarda Municipal de Maringá coordenava, antes da pandemia, uma força-tarefa para coibir uso de linhas cortantes. A reportagem não conseguiu informações sobre como está a atuação da força-tarefa neste momento.
Ouça a reportagem completa na CBN Maringá.
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