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25 de abril de 2024

Pioneiro e luxuoso: Conheça a história do Grande Hotel Maringá


Por Lethícia Conegero Publicado 26/09/2021 às 14h37 Atualizado 20/10/2022 às 16h43
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Pioneiro e luxuoso: Conheça a história do Grande Hotel Maringá
Grande Hotel Maringá, localizado na Praça Deputado Renato Celidônio. Foto: Arquivo/Prefeitura Municipal de Maringá

Inaugurado em setembro de 1956, há exatos 65 anos, o Grande Hotel Maringá, que também chegou a se chamar “Hotel Bandeirantes”, é uma das obras pioneiras do estilo modernista no Paraná. Localizado na Praça Deputado Renato Celidônio, nº 190, o empreendimento foi planejado para abrigar personalidades e investidores com maior poder aquisitivo, segundo informações do projeto Maringá Histórica.

O prédio foi projetado pelo arquiteto paulista José Augusto Bellucci – o mesmo responsável pelo projeto da Catedral de Maringá – a pedido da Companhia Melhoramentos do Norte do Paraná. Já o projeto de paisagismo foi feito pelo agrônomo da companhia, Aníbal Bianchini.

Edificado em alvenaria, o prédio tem seis mil metros quadrados, com 66 suítes e 30 vagas para estacionamento. São três blocos, sendo que o primeiro, de frente para a praça, abriga a recepção, restaurante, bar e salões. Além de atender hóspedes e residentes, o hotel era destinado à realização de eventos e festas da sociedade maringaense.

Recepção do Grande Hotel Maringá. Foto: Acerto Maringá Histórica

Um folder promocional distribuído na época descrevia o hotel como “elegante, sóbrio, moderno, simboliza a riqueza de uma região, que é, sem dúvida, a mais fértil e progressista do Brasil – nosso ‘Eldorado’!”

Conheça a história do Grande Hotel Maringá, tombado pelo Estado
Folder promocional do Grande Hotel Maringá. Foto: Acerto Maringá Histórica

O hotel está fechado desde 2005, mesmo ano em que foi tombado como Patrimônio Histórico e Cultural do Estado. Um decreto publicado em dezembro de 2018 declarava o Grande Hotel Maringá como de utilidade pública e previa transformá-lo em um museu. Pelo decreto, o Estado repassaria o valor de R$ 23,5 milhões para o processo de desapropriação do imóvel, mas o documento foi anulado no início de 2019 pelo governador Ratinho Junior.

O historiador Miguel Fernando, idealizador do projeto Maringá Histórica e ex-secretário de Cultura do município, já visitou o hotel três vezes, mas o proprietário do imóvel não autorizou imagens internas. De acordo com Miguel, na última vez que entrou no prédio, havia alguns (poucos) móveis da época, como máquinas de lavar, um bar/chapelaria de madeira no primeiro andar – próximo ao espaço de eventos – e alguns móveis nos quartos. No geral, o local estava bastante vazio.

“Já entrei no hotel por três oportunidades: uma em 2014, quando estávamos tentando viabilizar a venda do hotel para o Senac instalar um restaurante e um hotel escola – acabou não dando certo. Em uma segunda oportunidade fizemos uma visita técnica para realização de um evento da Acim (Associação Comercial e Empresarial de Maringá), em comemoração ao aniversário da entidade, que também não deu certo. E uma última vez que estive lá conversando com uma representante da família proprietária para tentar viabilizar a locação do térreo do prédio para instalação da biblioteca central – eu estava como secretário de Cultura na época – e também não deu certo”, relatou o historiador em entrevista ao GMC Online.

Foto: Acerto Maringá Histórica

A reportagem entrou em contato com os proprietários do hotel para obter mais informações sobre as condições atuais do empreendimento, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.

Evento de inauguração

No evento de inauguração do hotel, em 1956, estiveram presentes diversos empresários e personalidades políticas, como o então governador do Paraná, Moysés Lupion. Representando o alto escalão da Companhia Melhoramentos do Norte do Paraná, estiveram presentes: Cássio da Costa Vidigal, diretor-presidente; Gastão de Mesquita Filho, diretor-superintendente; e Hermann Moraes Barros, diretor-gerente.

Conheça a história do Grande Hotel Maringá, tombado pelo Estado
O governador Moysés Lupion cortou a faixa inaugural do hotel. Foto: Acerto Maringá Histórica

Ainda de acordo com o projeto Maringá Histórica, na ocasião, Aníbal Goulart Maia teria desferido diversos tiros contra a bandeira de São Paulo, hasteada em frente ao hotel. Junto dela estavam as bandeiras do Paraná e do Brasil. Maringá, então com nove anos de fundação, ainda não tinha uma bandeira. Segundo consta, Aníbal Goulart Maia era um ferrenho “paranista” e viu aquele ato de hasteamento da bandeira de São Paulo como uma afronta.

Gastão de Mesquita Filho, Moysés Lupion e Cássio Vidigal chegando para o evento de inauguração do Grande Hotel Maringá. Foto: Acerto Maringá Histórica

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