Animais inesperados como quatis, capivaras, lagartos da espécie Teiú, cágado-de-barbicha e aves em extinção passaram a circular com tranquilidade nas trilhas do Parque do Ingá nos últimos meses, de acordo com os funcionários do local – veja vídeo abaixo. Isso porque a reserva florestal não recebe visitantes desde março, devido à pandemia do novo coronavírus.
De acordo com a bióloga Daiany de Fátima Corbetta, gerente do Parque do Ingá, diferentemente dos saguis e pavões, que não se importam com a presença humana, esses animais são mais “tímidos”, e raramente aparecem.
“Os pavões e saguis são acostumados com a alimentação humana, o que acaba sendo um perigo para eles, então eles procuram as pessoas. Já as capivaras, lagartos e algumas aves não gostam de muita gente, eles fogem, e agora conseguimos chegar bem pertinho deles”, detalha.
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Atualmente, a população de quatis do Parque do Ingá é pequena, de acordo com a gerente. A maioria foi levada para outra unidade de conservação. “Apenas três ou quatro quatis vivem no Parque do Ingá hoje. São animais que podem atacar os visitantes, por isso foram transferidos”, frisa Daiany de Fátima Corbetta.
Já as capivaras, que têm aproveitado a tranquilidade do parque para tomar sol no entorno do lago principal, são visitantes que vêm e vão, mas raramente são vistas. “As capivaras não ficam no parque o tempo todo. Elas andam pelos córregos”, acrescenta a bióloga.
Veja o vídeo de animais circulando no Parque do Ingá:
Além disso, espécies de aves que raramente são vistas no Parque do Ingá, algumas inclusive ameaçadas de extinção, começaram a aparecer com frequência nas trilhas. A situação tornou-se ainda mais comum com o início da primavera, época típica de acasalamento para a maioria das espécies de pássaros.
As espécies de aves que têm aparecido com maior frequência no Parque do Ingá são:
- Sabiá laranjeira – Turdus rufiventris
- Gralha-picaça – Cyanocorax chrysops
- Saracura-do-mato – Aramides saracura
- Tiê-de-topete – Tricochothraupis melanops
- Pica-pau verde barrado – Colaptes melanochloros
- Pica-pau de cabeça amarela – Celeus flavescens
- Biguá – Phalacrocorax brasilianus
- Biguatinga – Anhinga anhinga
- Martim pescador – Megaceryle torquata
De acordo com Marisa Emília Ereno, técnica em Meio Ambiente Secretaria do Meio Ambiente e Bem-estar Animal (Sema), os animais inesperados começaram a aparecer com maior frequência no parque no início de abril, cerca de duas semanas após o fechamento do local. “Devido à diminuição de barulho no interior do Parque do Ingá, eles não estão tão ariscos”, afirma.
De acordo com a Prefeitura de Maringá, o Parque do Ingá será reaberto no próximo sábado, dia 17.