15 de julho de 2025

Sexta-feira 13: conheça as histórias mais ‘macabras’ de Maringá


Por Redação GMC Online Publicado 13/12/2024 às 09h08
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Cemitério dos Caboclos. Foto: Maringá Histórica.

Histórias ‘mal-assombradas’ são comuns em todas as cidades. Em Maringá não é diferente. Há, por exemplo, relatos registrados na imprensa local de casas apedrejadas sem que os moradores e nem mesmo a polícia encontrassem sequer pistas dos agressores. Os casos aconteceram em 1991, no Jardim Alvorada, e em 1988, na Vila Emília. No primeiro, os ataques só pararam após a visita de um padre, que benzeu a casa. No segundo, foi necessária a intervenção de um pastor.

Na Vila Operária aconteceu outro evento sobrenatural em meados dos anos 1960 que ganhou as páginas dos jornais. Durante seu próprio velório, uma mulher acordou, levantou e deu um grande susto em todos os familiares, que já velavam o corpo. Ela havia sido dada oficialmente como morta, com atestado de óbito assinado pelo médico e tudo. Ainda na Vila Operária, existe a lenda do Saruê.

Para aproveitar o ‘embalo’, desta sexta-feira 13, o GMC Online preparou uma lista com as histórias assustadoras mais famosas na cidade – confira abaixo.

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Antiga delegacia 

Local onde os presos tomavam sol na década de 60 em Maringá. Foto: Fábio Guillen/GMC Online – registro de 2020.

O prédio de 1959, onde funcionou a antiga delegacia da cidade, na esquina da Avenida Paraná com a Avenida Guaíra, Zona 7, coleciona relatos de vultos e gritos. Trata-se de um dos locais mais emblemáticos da história policial de Maringá. Popularmente conhecido como “Casarão Amarelo”, foi neste prédio que Clodimar Pedrosa Lô, na época com 15 anos, foi cruelmente torturado e morto em novembro de 1967. Hoje o túmulo dele é um dos mais visitados no Cemitério Municipal. O antigo cadeião coleciona histórias de assombração pois ficou famoso como local de tortura e morte de prisioneiros até os anos 1970. “Existem relatos de pessoas que viram vultos e até ouviram gritos vindos do antigo cadeião muito tempo depois dele ter sido desativado. Sons estranhos que eram ouvidos mesmo durante o dia”, reforçou o historiador João Laércio Lopes Leal. Aqui, o GMC Online contou um pouco mais sobre a história da primeira cadeia de Maringá.

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Antigo lixão

A imagem é da Cesumar (hoje UniCesumar) em meados da década de 1990. O terreno onde hoje está uma das maiores universidades do país era um “lixão” até o final dos anos 1980.  Segundo o historiador João Laércio Lopes Leal, o local era usado como ponto de desova de fetos de abortos clandestinos. “Muitos alunos e até professores me contaram que viram vultos de crianças brincando no parque”, disse o historiador em entrevista para O Diário do Norte do Paraná, em 2003.

Parque do Ingá

Interior do Parque do Ingá, provavelmente, no ano de 1980. Foto: Acervo Maringá Histórica.

Quando ainda era bosque, já existiam histórias de pessoas que teriam visto vultos no local. Em 1971, quando se tornou Parque do Ingá, os relatos permaneceram. “Nas duas épocas têm ocorrências de desova de cadáveres de gangues”, diz o historiador João Laércio. Ele conta que o Parque do Ingá servia de ponto de desova de cadáveres de gangues. “Tem muitas histórias de pessoas que iam passear pelo Parque do Ingá e viam vultos estranhos”, disse João Laércio.

Exorcismo na Estrada Guaiapó

Registro feito na propriedade da família Calvi, localizada na estrada Guaiapó, no lote 80, em 1964. Na imagem aparecem Miguel, Angelin, Carlos e João Calvi, além de seus respectivos filhos que estão em cima do caminhão Chevrolet 1951. Fonte: Acervo Maringá Histórica.

Um caso de exorcismo teria ocorrido região da estrada Guaiapó, em 1955.  O evento foi realizado pelo padre Benno Wagner, um dos primeiros párocos da Igreja São José Operário, na Vila Operária, e um dos fundadores do Colégio Santo Inácio. O próprio padre contou, em um livro de memórias, que exorcizou o demônio e, pouco depois, a casa teria começado a tremer. Dias depois, foi a vez de casas vizinhas também tremerem por causa da presença de demônios.

No livro, o padre relata que uma casa naquela região tremia todas as noites e que ninguém conseguia dormir ou ter paz. Um dos moradores buscou ajuda do religioso na paróquia e ao pesquisar sobre o assunto, o padre Benno descobriu que naquele mesmo ano cinco irmãos italianos mataram o cunhado no local e desde então perderam a paz.

Ao chegar na casa, várias pessoas do bairro o aguardavam ansiosos na esperança de que a oração ajudasse a espantar o espírito. Assim que Benno chegou tudo parecia ser normal, até que eles começaram a rezar.

“Era semelhante a um terremoto. A casa tremia. Objetos caíam no chão. Parecia um violento abalo sísmico. Todos os presentes, com os olhos esbugalhados, olhavam para mim, que estava no centro macabro. Seguiu um momento de silêncio pavoroso. De repente, uma velhinha, sentada numa cadeira no canto da sala, gritou histericamente: É agora, seu padre!”, relata o padre Benno Wagner no livro.

Na casa onde foi realizado o exorcismo nunca mais se ouviu nada. No entanto, na residência ao lado os moradores ouviam barulhos e coisas estranhas também aconteciam. O padre fez um exorcismo no local também e ficou chocado com o que aconteceu assim que entrou na construção de madeira.

“O padre foi na casa, realizou todos os rituais e a situação acalmou. Mas no dia seguinte, as outras casas em volta começaram a tremer. Ele teve que voltar e exorcizar todas elas, com as pessoas rezando para mandar o espírito embora. Isso tudo está registrado no livro desse ex-padre, que depois largou a batina, casou e foi morar em Curitiba”, diz o historiador João Láercio Lopes Leal.

Segundo o historiador, são pelo menos 20 exorcismos registrados na cidade. “Maringá é uma cidade muito rica nesse aspecto. Temos registros de mais de 100 casos extraordinários que aconteceram aqui. Pelo menos uns 20 exorcismos já aconteceram em Maringá, mais ou menos umas 150 histórias de aparições, milagres, assombrações, espíritos, objetos se movendo, alienígenas, dentre outros”, afirmou ele.

O bandido Saruê da Vila Operária

Imagem aérea da Vila Operária, na década de 1980. Foto: Acervo Maringá Histórica.

Saruê foi um bandido que morou na Vila Operária até a década de 1980. Apesar de ser criminoso, ele era protegido pelos moradores do bairro porque roubava dos ricos e dava aos pobres que viviam ali. Como só roubava em outras regiões da cidade e sempre ajudava as pessoas do bairro, era querido e protegido pelos moradores do bairro onde residia.

Pela forma como conseguia sempre fugir da polícia, os moradores do bairro acreditavam que Saruê tinha poderes sobrenaturais. Diziam que ele podia se transformar em árvores, animais e qualquer tipo de objeto.

A sua façanha teria funcionado até o final dos anos 1970, quando Saruê foi morto pela polícia. “Ele foi uma espécie de Robin Hood da Vila Operária. Essa lenda é muito forte no bairro e contada até hoje”, diz o historiador João Laércio.

Cemitério dos Caboclos

Cemitério dos Caboclos. Foto: Acervo Maringá Histórica.

O local mais famoso por ter sido palco de aparições é o Cemitério dos Caboclos, localizado entre o distrito de Floriano e o município de Paiçandu. Segundo pesquisadores, sua construção se deu entre as décadas de 1930 e 1950 e a finalidade era enterrar apenas os chamados “caboclos” que habitavam a região noroeste paranaense.

O historiador João Laércio explica que a região de Maringá era habitada por mestiços de índios e brancos, conhecidos como caboclos. Isso antes da chegada dos moradores trazidos pela Companhia de Terras Norte do Paraná. Essa etnia morava na região até meados dos anos 1950. Eles enterravam seus mortos nesse cemitério, que hoje está abandonado, mas muita gente ainda o utiliza para realizar práticas de candomblé, magia ou para fazer oferendas aos mortos.

“Existem muitos relatos de pessoas que dizem que viram vultos nesse cemitério. É um local assombrado já famoso em Maringá”, diz o historiador.

O local é repleto de artifícios usados para trabalhos espirituais, o que atrai a visita de muitos curiosos. 

A PR-323, conhecida como “rodovia da morte” por causa do altíssimo número de acidentes fatais, passa bem ao lado do Cemitério dos Caboclos. O relato mais emblemático é de um famoso personagem da região, que a comunidade apelidou de “Caboclinho”. Segundo a lenda, seu espírito apareceria no banco de passageiro de caminhões e puxaria o volante para a esquerda, causando acidentes.

Com informações da Maringá Histórica.

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