Mulheres precisam “furar a bolha” para ganhar espaço no mercado de TI
O ecossistema de Tecnologia da Informação tem muitas oportunidades de trabalho e carreira, mas ainda poucas mulheres ocupam essas vagas. É o que diz a analista de Sucesso do Cliente de uma empresa de TI Jennifer Simon. Segundo Jennifer, 80% dos postos de trabalho nas empresas de TI são ocupados por homens. “O conselho para as meninas que buscam uma carreira e têm vontade de seguir na área é coragem para furar a bolha que hoje ainda afasta as mulheres deste universo”, diz Jennifer.
Entendendo que o mercado de TI está em ascenção, Jennifer responde ao questionamento sobre essas vagas também serem ocupadas por mulheres: “Considerando o cenário hoje tecnológico a gente observa que ele [o mercado] está muito aquecido, com muitas vagas. Vale ressaltar também que hoje grande parte dessas vagas são para pessoas mais experientes e na mesma proporção não tem tantas vagas para pessoas que estão começando. Outro ponto também que vale ressaltar é a diferença entre oportunidade e incentivo. Vemos muitas oportunidades que são essas vagas abertas, mas a gente não vê os incentivos, que são os cursos preparatórios ou as vagas afirmativas, que são vagas exclusivas para mulheres. Considerando o cenário de que 20% dessas vagas são ocupadas por mulheres, existe uma ocupação bem baixa pelo público feminino”, explica Jennifer.
Ou seja, existem vagas para mulheres, mas a ocupação é baixa porque faltam políticas afirmativas. “Existem sim muitos projetos, programas educacionais com incentivos exclusivos para mulheres […] mas ainda sim as vagas não alcançam a porcentagem de mulheres hoje no mercado”, diz Jennifer.
Em relação às funções que mais atraem hoje as mulheres no TI, Jennifer comenta:”Eu costumo dizer que o mercado de trabalho e inclusive o tecnológico é apenas um reflexo do que a gente vê na sociedade. Então, as funções ainda são vistas como “vagas para mulheres”. Funções de relacionamento ao cliente, atendimento, acolhimento ainda são vagas mais ocupadas por mulheres. Não [são] necessariamente as vagas mais atrativas para mulheres. A gente vê hoje uma porcentagem de mulheres até maior dentro dos cursos vistos como masculinos, de tecnologia e engenharia. 55% são ocupados por mulheres, mas ainda não chegou no ponto do mercado. […] Então, é bem difícil dizer quais vagas são atrativas para mulheres. O que a gente vê é um reflexo que se vê na sociedade por ocupação. Infelizmente, vagas mais técnicas que envolvem coisas mais específicas de programação a gente ainda não vê uma ocupação tão grande das mulheres, mas existem sim várias interessadas nesses assuntos mais técnicos”.
Assista ao vídeo da entrevista: