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18 de dezembro de 2025

O que se sabe sobre a queda de avião no Pantanal que matou um dos maiores arquitetos do mundo


Por Agência Estado Publicado 29/09/2025 às 22h13
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A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul apontou as causas do acidente aéreo que vitimou o arquiteto e urbanista chinês Kongjian Yu, além de dois documentaristas brasileiros – Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Jr. – e do piloto Marcelo Pereira.

O caso aconteceu na noite da última terça-feira, 23, na região rural de Aquidauana (MS), no Pantanal sul-mato-grossense. Veja o que se sabe do caso até agora.

O que as investigações apontam sobre as causas?

Conforme relato preliminar apresentado no Painel Sipaer, plataforma desenvolvida pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira, que reúne dados sobre acidentes aéreos no Brasil, o avião com as vítimas tinha como destino o aeródromo Fazenda Barra Mansa, Aquidauana. No entanto, durante a aproximação para pouso, “houve a colisão da aeronave com árvores e posteriormente contra o solo”, informou o Cenipa.

A delegada Ana Cláudia Medina, em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, deu uma explicação semelhante. “O avião bateu na árvore, perdeu sustentação, caiu e incendiou. Todos morreram na hora”, disse. Ela afirma que galhos encontrados na fuselagem da aeronave ajudaram a levantar esta principal hipótese.

Dinâmica do acidente

Conforme os relatos da delegada ao Fantástico, o avião Cessna 175 tentou pousar fora do horário permitido para a pista. As investigações apontam que o piloto tentou, às 18h03, sem visibilidade, fazer a primeira tentativa de pouso. Mas, desalinhado, precisou arremeter. Na segunda tentativa, a aeronave colidiu com uma árvore de cerca de 20 metros a aproximadamente 300 metros da cabeceira. “Já era uma operação irregular, porque só poderia operar até 17h39”, disse a delegada.

Quem eram as vítimas?
As quatro vítimas do acidente são: o prestigiado arquiteto e professor chinês Kongjian Yu, mundialmente reconhecido pelos trabalhos e estudos sobre a contenção de enchentes, autor de livros e com projetos assinados em mais de 250 cidades ao redor do mundo; os cineastas premiados Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Jr; e o piloto do avião – e também proprietário da aeronave – Marcelo Pereira.

Os passageiros estavam reunidos para a gravação do documentário de Kongjian Yu e usaram o avião de Pereira para sobrevoar o Pantanal, um local que o arquiteto chinês tinha o sonho de conhecer.

A aeronave tinha permissão para voar?

A aeronave Cessna prefixo PT-BAN não tinha autorização para operar como táxi aéreo, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)

Segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), o avião foi fabricado em 1958 e adquirido em 2015 pelo piloto Marcelo Pereira de Barros, que também morreu no acidente.

A aeronave tinha capacidade para um tripulante e três passageiros, mas estava habilitada apenas para operação diurna. O Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) tinha validade até 9 de dezembro.

Em 2019, a aeronave chegou a ser apreendida por causa do transporte irregular de turistas e ficou sem operar até 2024.

Na época, as autoridades interditaram 46 aeronaves (a maioria da categoria agrícola) e uma oficina clandestina de manutenção de aviões foi fechada. O Cessna foi liberado após cumprir as exigências da Anac.

O que diz a defesa do piloto?

O advogado Djalma Silveira, que defendeu o piloto Marcelo Pereira de Barros no processo judicial que resultou na apreensão da aeronave, disse que ele nunca usou o avião como táxi aéreo.

“Quem conhece o Pantanal sabe a distância e o isolamento das fazendas em épocas de cheia. Os pilotos em geral usam seus aviões para prestar socorro a pessoas ilhadas, vítimas de ataques de animais peçonhentos e outras emergências. Eventualmente os fazendeiros pagam os custos de combustível, mas não é uma situação recorrente”, disse o defensor.

Sobre a apreensão do avião em 2019, Silveira diz que Barros estava abrindo a empresa Aero Safari para voos turísticos e tinha mandado imprimir alguns cartões que foram apreendidos pela polícia. O advogado recorreu à Justiça e conseguiu a liberação do avião em 2022, mas só foi utilizado em 2024 após uma reforma.

Com o falecimento de Marcelo, a ação que tramita na Justiça será extinta, disse Djalma Silveira.

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