Mandaguari: Dirley tem mais de 150 cobras em casa; caixão serve de ‘abrigo’


Por Creative Hut

Mais de 150 cobras vivem em um quarto na casa do Dirley Bortolanza, de 62 anos, morador de Mandaguari. Atualmente, são 152 cascavéis – 52 adultos e 100 filhotes – e uma jararaca, mas ele já chegou a ter mais de 200 cobras dentro de casa, das mais diversas espécies venenosas. As serpentes são recolhidas por ele a pedido de moradores e até do Corpo de Bombeiros. 

Cobra cascavel com seus filhotes, em cima da mesa da cozinha de Dirley Bortolanza. Foto: Dirley Bortolanza

Dirley recolhe cobras venenosas que invadem a cidade e apresentam risco à população, mas elas não ficam por muito tempo com ele. As serpentes são levadas pelos órgãos ambientais responsáveis. 

“Eu recolho as cobras que entram na garagem dos moradores, nas casas de madeira. As pessoas já me conhecem e me ligam para ir buscar, inclusive, o próprio Corpo de Bombeiros pede a minha ajuda nesse tipo de situação. Quando alguém me liga de madrugada falando que tem uma cobra na casa deles, eu me arrepio todo e vou correndo. É uma adrenalina muito grande e, além disso, as pessoas agradecem pela ajuda, ficam felizes”, conta. 

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A paixão é antiga: Dirley Bortolanza recolhe cobras desde criança. “Quando criança, eu morava perto do cemitério, porque minha família tinha uma funerária, e eu ia no matagal que tinha perto, pegava as cobras e levava para o meu quarto. Meu pai mandava eu e a cobra embora”, lembra. 

Apesar da convivência diária com as serpentes venenosas desde a infância, Dirley nunca foi picado por uma. E o mais impressionante é que ele recolhe todas as serpentes sem o uso de qualquer equipamento ou proteção. 

“Eu engano elas com uma mão e pego com a outra, porque somos mais rápidos que esses animais. Eu não tenho medo delas e elas sabem disso. Pego com carinho, sem machucar, coloco dentro de uma sacolinha de mercado, dou um nó e penduro no guidão da minha moto. Chegando em casa, solto dentro do quarto. Elas não dão trabalho nenhum, se alimentam a cada três meses, e até dar esse tempo, o instituto já veio buscar. Mesmo assim, dou ratos para elas porque tenho dó”, relata. 

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Caixão

Para receber visitas, como equipes de reportagens, há uma técnica. As cobras são colocadas em um caixão preto construído por Dirley Bortolanza. É ali que ele será enterrado. Mas, por enquanto, o caixão, feito de madeira de Santa Bárbara, abriga as serpentes. Isso porque quando estão lá dentro, elas não atacam.

Foto: Dirley Bortolanza
Foto: Dirley Bortolanza

“Trabalhamos com funerária por mais de 30 anos, e eu construí o meu próprio caixão, que é onde serei enterrado quando morrer. Quando fechamos a funerária, eu trouxe o caixão para minha casa e ele fica no meu quarto. Quando alguém vem, eu coloco as cobras dentro do caixão e elas vão se acomodando. Descobri que ali dentro elas não atacam. Se deixar elas soltas, elas correm e podem atacar”, explica. 

A esposa de Dirley, Lucimar Bortolanza, e o filho, Dirley Bortolanza Filho, de 25 anos, que é biólogo, acabaram se acostumando com as serpentes. A família, inclusive, faz as refeições na companhia das cascavéis. 

“Em cima de mesas elas também não atacam. Coloco elas ali, e com a mão faço elas se acalmarem, porque tem que tratar com carinho, senão elas atacam. E assim, fazemos um ‘jantar a luz de cobras’, fica só os olhinhos delas brilhando”, acrescenta.

Foto: Divulgação

Cobra píton em Maringá

Em Maringá, um casal tem uma cobra píton de estimação de 4,5 metros de comprimento e mais de 50 quilos. Com 14 anos, Ágatha é o “bebê” de estimação da Lúcia Helena Lourenço, de 58 anos, e do Luiz Cláudio Zanco Storto, de 63 anos. O casal mora no Jardim América. Conheça essa história e veja fotos.

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