2002: a volta de Requião
Em 2002, a eleição a governador teve o registro de 12 candidatos, mas a disputa principal foi polarizada pelos senadores Álvaro Dias e Roberto Requião. Terminando o seu segundo mandato desgastado, o governador Jaime Lerner não exerceu influência em sua sucessão e não voltaria a disputar cargos eletivos.
As legendas que disputavam a eleição presidencial apresentaram candidatos ao governo do Paraná, visando, se não à vitória, pelo menos estruturar palanques fortes aos presidenciáveis no território do estado.
O PPS lançou a candidatura de Rubens Bueno, ex-prefeito de Campo Mourão e destacado parlamentar de sua bancada na Câmara Federal. O candidato finalizou com 7%, ocupando a quinta posição.
O PT apresentou a candidatura do Padre Roque Zimmerman, deputado federal nas duas últimas legislaturas. Padre Roque obteve 16% dos votos, chegando em quarto lugar. Ainda hoje é a maior pontuação obtida pelo PT nos certames ao Palácio do Iguaçu.
Em 2002, registrou-se a primeira incursão do candidato Beto Richa, do PSDB, como pretendente a comandar o Palácio do Iguaçu. Filho do ex-governador José Richa, Beto Richa procurava forjar seu caminho nas fileiras tucanas, exercendo, naquele momento, mandato como vice-prefeito de Curitiba, após ter sido eleito e reeleito como deputado estadual. Beto Richa chegou em terceiro lugar, obtendo 17,27%.
Em 2002, Álvaro Dias foi candidato pelo PDT, pois havia sido desligado do PSDB ao apoiar a abertura de CPI para investigar denúncias contra o governo federal tucano. Álvaro Dias liderou o primeiro turno, obtendo 31,40%, enquanto Roberto Requião, o segundo colocado, finalizou com 26,17%. A decisão ficaria para o segundo turno.
Na disputa ao senado, os eleitos foram Osmar Dias (PDT), reconduzido a mais um mandato, e Flávio Arns, então filiado ao PT.
Ao que tudo indica, a aliança de Requião com o PT foi decisiva no segundo turno. Adicione-se que, na fase que precedeu a campanha eleitoral, Requião havia lançado um manifesto contra o apoio do PMDB ao candidato do PSDB ao governo federal, preconizando candidatura própria de seu partido ou apoio ao candidato Lula. Como opção, registrou-se como pré-candidato a presidente. Tendo suas posições derrotadas na convenção nacional do PMDB, decidiu apoiar Lula, abrindo as portas a um entendimento no segundo turno da sucessão paranaense. Havia o precedente de 1998, quando PMDB e PT haviam feito coligação nas eleições ao governo e ao senado.
Apoiando Lula a presidente e recebendo apoio do PT à sua candidatura no segundo turno, Requião somou forças para, na fase final, ultrapassar o seu oponente. Quando as urnas foram escrutinadas, Álvaro Dias totalizou 44,80%. Requião, por sua vez, finalizou com 55,2%, elegendo-se para mais um mandato como governador.