Maringá vai mapear PCDs para elaboração de políticas públicas, afirma secretário
A Secretaria da Pessoa com Deficiência de Maringá tem como meta fazer o mapeamento de todas as pessoas com algum tipo de deficiência na cidade, explica o secretário Marcos Aurélio da Silva na Série de Entrevistas com os secretário municipais. Isso, segundo ele, para que a pasta consiga entender a necessidade das comunidades e melhor elaborar políticas públicas, além de resolver problemas que PCDs enfrentam.
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Acessibilidade em vias e espaços públicos, capacitação e visibilidade são os principais desafios. A primeira demanda é retirar a sede da secretaria do Terminal Urbano que, de acordo com Silva, tem sérios problemas de acessibilidade.
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Confira a entrevista concedida à CBN Maringá:
Conta para a gente um pouco da sua história até chegar à secretaria.
— Eu sou pessoa com deficiência. Eu tenho um membro inferior esquerdo amputado, nível coxa. Isso foi através de acidente de trabalho. Eu trabalhava com um adestramento de cães e, na ocasião, eu fui atacado pelos cães e teve toda a situação hospitalar que ocasionou a amputação. E a partir desse momento que eu me tornei uma pessoa com deficiência, a gente sempre estava envolvido em algumas situações voltadas às pessoas com deficiência. Foi onde eu tive a oportunidade de conhecer a SAMA, que é a Associação dos Amputados de Maringá. Fui convidado para compor a equipe. Na época era o vôlei sentado. E eu fui convidado para compor a equipe na intenção de nós montarmos o time de futebol de amputados. E assim foi. Entrei na associação como atleta e aí montamos a competição, as equipes. Inclusive, no Paraná, somos as únicas, porque nós tínhamos na época duas equipes. Então, no Paraná, só nós, defendendo o Paraná e Maringá. E a partir dali também eu já tive um convite para compor a diretoria. Me solicitaram para assumir a presidência da SAMA. E aí nós fizemos o belo de um trabalho. Fiquei como presidente lá por duas gestões. E passei o bastão agora, em dezembro, no final de dezembro, para uma outra pessoa, que é o Ademir. E, em paralelo, a presidência da SAMA eu também cumpunha a presidência do conselho municipal dos direitos da pessoa com deficiência de Maringá. Fiz uma passagem muito breve lá, mas sempre lutando pela causa. E a partir disso também surgiu essa oportunidade, esse desafio, no qual nós chegamos aqui. Como secretário e para a gente estar lutando pelos direitos das pessoas com deficiência de Maringá.
Quais são os principais desafios da secretaria?
— O papel da secretaria hoje da pessoa com deficiência é garantir à população a assistência como direito de qualquer outra pessoa. Então nós estamos ali para garantir essas questões. Entre essas atribuições, promover a inclusão social das pessoas com deficiência, desenvolver projetos para melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência, reunir e divulgar dados estatísticos sobre as pessoas com deficiência na cidade de Maringá. Nesse caso, nós estamos falando propriamente do mapeamento. A gente precisa fazer esse levantamento. No passado, houve um primeiro momento, uma tentativa desse mapeamento. Mas ele foi um mapeamento voltado, eu diria, para a área do esporte. Para fazer um mapeamento das pessoas interessadas em participar de um paradesporto. E o nosso intuito não é esse. A nossa ideia é mapear realmente as pessoas com deficiência de Maringá. Hoje nós não temos esses dados em nenhum órgão. Eu cheguei próximo através de um instituto, mas ainda assim os números são de 2010. Então nada atual. Então através desse link, um QR Code, que a gente vai estar disponibilizando muito em breve nas mídias, nas TVs, em parceria com a prefeitura, para que a gente possa convocar essa comunidade das pessoas com deficiência a se aparecerem, se identificar para nós, para que possamos chegar muito perto da nossa realidade dentro do município.
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Maringá é uma cidade acessível?
— Eu até estou fazendo um trabalho de muita visitação. Inclusive nós temos alguns pontos aqui que já foram olhados por nós. Vou citar alguns deles aqui. O nosso terminal, por exemplo. O terminal está totalmente inadequado pensando na nossa comunidade cega. Está toda invertida ali. Então nós já acionamos secretarias que compõem aquela situação ali na intenção de nós resolvermos o mais rápido possível, mesmo que seja uma medida paliativa. Se a gente for ver a fundo mesmo, tem muita coisa que ser feita ali. Então já tem outras duas secretarias envolvidas no intuito de a gente rapidamente fazer essa adequação. Também estive na rodoviária. A rodoviária também é uma outra situação bem complexa. Lá a gente não tem sinalização alguma para essa comunidade. Então a gente está pleiteando isso também junto com as outras secretarias que estão se envolvendo. O aeroporto. O aeroporto a gente sabe que ainda de todos o melhor. Porque tem toda a sinalização necessária, mas lá no aeroporto a gente sabe que nós temos uma situação complexa quando você vai adentrar a aeronave. Então a gente já está com um trabalho já em mente, em parceria. Para muito breve a gente está disponibilizando isso para a comunidade. E lá não vai ser uma situação apenas para pessoas com deficiência. É uma solução que ela visa trazer até uma melhoria para todas as pessoas.
Quais são os próximos projetos?
— Muito em breve, em parceria com Secretaria da Saúde, nós vamos providenciar a entrega do cartão da pessoa com deficiência. Esse cartão, nada mais nada menos, o nome, o tipo de deficiência que a pessoa tem, o SID dela, se ela tem alguma alergia a algum medicamento, e um telefone de uma pessoa responsável para situações de emergência. Juntamente com a MTEC, tecnologia e inovação, nós vamos disponibilizar cursos para a comunidade das pessoas com deficiência. Por exemplo, computação, smartphone para a comunidade cega, que é um projeto que já existiu no passado, foi legal a ideia e a gente precisa agregar mais valor nele e disponibilizar isso para uma quantidade maior de pessoas. Então a gente vai fazer um trabalho de divulgação para que tenhamos novas pessoas, um número maior realmente, para que a gente possa levar isso adiante. E juntamente com a Secretaria de Turismo, nós vamos realizar um trabalho buscando pontos turísticos na cidade com acessibilidade. Então caso não tenha acessibilidade, a gente vai estar juntamente em parceria com eles, buscando essa acessibilidade, para que a gente possa fazer a divulgação para a nossa cidade, para os nossos visitantes, as pessoas já vêm nos visitar sabendo das nossas condições, da nossa realidade. Muito em breve também nós vamos ter a Expoingá, já estamos trabalhando num projeto da Expoingá, a gente está até com uma ideia de levar para a Expoingá uma sala sensorial, que é para realmente buscar o público autista. Então está tramitando um projeto e muito em breve a gente vai ter novidades por aí. E para finalizar uma outra situação que a gente vai providenciar, que eu já estou me articulando com a secretaria responsável, é uma capacitação. Pensando no público autista, hoje a gente sabe que nem todos estão preparados ao se deparar com uma situação de autista. Imaginamos um cenário onde a pessoa está passando por algum momento de crise, então a nossa ideia é qual? Proporcionar uma capacitação para o agente de trânsito, um guarda municipal, um professor que realiza as suas atividades no centro esportivo. Ali ele vai poder conduzir a situação, seja autista, seja adulto, seja o surdo. Então a nossa ideia é levar essa capacitação para essas pessoas. É um trabalho de formiguinha,que a gente sabe que a demanda dos servidores é grande, mas muito em breve a gente vai estar disponibilizando isso aí.
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