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05 de outubro de 2024

Autismo e alimentação: o que é necessário saber sobre o assunto


Por Miriam Ferro Publicado 13/12/2023 às 09h53
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Estima-se que mais de 2 bilhões de brasileiros tenham diagnóstico de autismo. Embora o censo realizado em 2022 tenha incluído um levantamento sobre o tema os dados ainda não foram disponibilizados pelo IBGE. A formação de profissionais habilitados para fazerem esse diagnóstico bem como pais, médicos e professores mais informados sobre o assunto e, portanto, mais aptos a detectar os sinais faz com que o acesso ao diagnóstico seja mais rápido e assertivo mesmo que tardio.

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Autismo e alimentação: o que é necessário saber sobre o assunto. Foto: Ilustrativa/Freepik

O termo Transtorno de Espectro Autista (TEA) engloba uma série de transtornos do neurodesenvolvimento tais como: síndrome de Asperger; síndrome de Angelman; síndrome do X frágil; síndrome de Rett; distúrbio obsessivo-compulsivo; distúrbio abrangente do desenvolvimento e outros.

O que os difere é o grau de interação do indivíduo com o meio e com outros e o seu desenvolvimento cognitivo. Essas características variam de acordo com a gravidade da doença, podendo ser de leve a debilitante e geralmente persistem ao longo da vida.

Seu diagnóstico é perceptível pelo desenvolvimento anormal até os três anos de idade de áreas como, socialização, comunicação, brincadeiras simbólicas/imaginativas, distúrbios alimentares, falta de coordenação motora, entre outros. É realizado através de avaliações multidisciplinares (médicos, psicólogos, psiquiatras, professores) do quadro clínico da criança. Pode ser realizado ressonância magnética e tomografia computadorizada, no entanto, não existem testes laboratoriais específicos e o autismo não apresenta um marcador biológico.

O Transtorno Autista abrange uma série de desordens neurológicas, que envolve distúrbios persistentes no convívio social, comunicação e padrões repetitivos no comportamento, resistência a mudanças de rotina, ao aprendizado e contato físico, não conseguem manter contato visual, apresentam risos e movimentos inapropriados, agem como se fossem surdos, apresentam hiperatividade desordenada, por vezes com agressividade, além de outras diversas manifestações, como problemas com o sono, epilepsia, desequilíbrio imunológico e perturbações gastrintestinais (diarreias, vômitos, constipação e outras), obesidade diabetes, intolerância, seletividade e recusa alimentar.

O estado nutricional da pessoa com autismo não depende somente da qualidade e quantidade de alimentos ingeridos, mas também do bom funcionamento dos processos fisiológicos e metabólicos do organismo.

Com relação a alimentação encontramos algumas dificuldades inerentes àqueles com TEA tais como:

Distúrbios gastrointestinais que interferem de forma direta nos hábitos alimentares dos pacientes pois diarreias e vômitos constantes causam mal-estar sendo um impeditivo e muitas vezes o start para as dificuldades alimentares.

A seletividade alimentar (resistência em provar novos alimentos), limita o consumo de alimentos variados causando alterações metabólicas e deficiência de nutrientes. Está associada a fatores sensoriais tais como cheiro, textura, cor, temperatura. Portadores de TEA demonstram, em sua maioria, preferência por alimentos com textura crocante e salgados. Alguns apresentam a recusa alimentar.

Também encontramos quadros de indisciplina na hora das refeições o que geralmente gera estresse familiar e leva a alimentação insuficiente.

O que pode ajudar as pessoas com TEA?

O acompanhamento por um nutricionista é muito importante para pessoas com TEA. Este profissional possui a formação necessária para após avaliação corrigir os problemas metabólicos que inibem a ingestão adequada de alimentos e construir gradativamente uma dieta adequada e personalizada a cada paciente.

Uma dieta isenta de glúten, caseína, corantes, glutamato, aspartame e açúcares aponta melhora em relação ao nível de concentração, o contato ocular, na linguagem verbal e não verbal, do sono e dos problemas gastrointestinais, assim como a diminuição do comportamento autoagressivo, das estereotipias e impulso positivo na afetividade

A suplementação com ômega 3 resulta em melhora na hiperatividade, nos níveis de vitaminas do complexo B, assim como nos movimentos de repetição.

E uma dieta cetôgenica pode ser positiva quando o paciente apresentar quadro de epilepsia.
E no caso de seletividade o encadeamento alimentar (food chainin) pode ser eficaz. Formar uma cadeia de alimentos que se pareçam, em algum aspecto, com os que a criança já aceita comer pode ajudar a construir uma corrente entre o novo e o desconhecido com mais facilidade.

Miriam Ferro – Nutricionista
Saúde da Mulher
Acompanhamento Nutricional para Vegetarianos e Veganos
miriamferro.nutri@gmail.com
@miriamthelma

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