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19 de abril de 2024

Enoturismo atrai visitantes à Região Metropolitana de Curitiba


Por Agência Estadual de Notícias Publicado 18/07/2019 às 19h22 Atualizado 23/02/2023 às 13h28
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A Região Metropolitana de Curitiba reserva muitas surpresas para aproveitar um feriado ou mesmo curtir o fim de semana. Há vinícolas rústicas ou muito sofisticadas, passeios em plantações no estilo pague o que colher, trilhas em meio aos mananciais de Piraquara, nas matas da Serra do Mar, pedreiras, mirantes e um túnel a ser atravessado com o uso de lanterna.

Tem também o turismo pedagógico que mostra à garotada de hoje como cuidar melhor do meio ambiente. Tudo coroado pela boa comida dos restaurantes e cafés coloniais, regados às mais caras tradições trazidas pelos imigrantes que dão forma ao sotaque e aos costumes locais.

Cerca de 50 mil turistas passeiam todos os anos por alguns dos municípios da Região Metropolitana de Curitiba, de acordo com dados de pesquisa realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Turismo da Universidade Federal do Paraná. A maioria é atraída pelo enoturismo, essa combinação entre um bom passeio e a satisfação do desejo que mais move as pessoas nos momentos de lazer – a gastronomia. No caso, na forma de vinhos e espumantes.

A produção, tanto de uva como de vinho, é bastante pulverizada no Paraná, embora a maior parte da fruta usada na produção de vinhos venha do Rio Grande do Sul, o grande campeão brasileiro do setor. Mas, perto dos gaúchos, o Paraná ainda engatinha. Para se ter uma ideia, o Estado produziu 2,4 milhões de litros no ano passado, incluindo espumante, enquanto o Rio Grande do Sul chegou a quase 500 milhões de litros.

Mesmo com a importação da fruta gaúcha, o Paraná ocupa a quarta colocação na produção nacional de uvas, atrás do Rio Grande do Sul, São Paulo e Pernambuco. Aqui se produz, basicamente, variedades de uva fina, de mesa e, em menor escala, uvas rústicas.

O destino da viticultura poderia ter sido outro no Paraná, não fosse a praga de solo conhecida como pérola-da-terra, que dizimou os vinhedos paranaenses na década de 1960. Quem não desistiu passou a processar uvas trazidas do Rio Grande do Sul. Hoje existem formas de cultivar a videira, mas a facilidade na importação da uva gaúcha ainda está na frente.

Por aqui, os maiores produtores – e mais visitados – são Colombo, Campo Largo, São José dos Pinhais e Piraquara. A procura é tanta que alguns municípios se organizaram em roteiros, sempre cheios de atrações e tentações, como o Caminho do Vinho, em São José dos Pinhais, e o Caminho Trentino, em Piraquara.

Mananciais

Piraquara também se destaca pelo patrimônio natural, que inclui encostas da Serra do Mar, mananciais de abastecimento público de água e, também, as nascentes do Rio Iguaçu, 670 quilômetros antes de ele despencar nas Cataratas do Iguaçu. Por conta dessa riqueza, Piraquara tem quase 75% de seu território protegido como Área de Proteção Ambiental. Afinal, é responsável por 80% do abastecimento de água de Curitiba e Região Metropolitana.

É em Piraquara que está o Roteiro de Turismo Rural Caminho Trentino, um programa que homenageia os imigrantes italianos e poloneses, no qual se pode comer, beber, comprar produtos agropecuários e artesanais, queijos, vinhos, licores e geleias coloniais e, ao final das andanças, no alto do Morro do Canal, 1.373 metros acima do nível do mar, é possível ter uma vista panorâmica de Paranaguá e Antonina, no Litoral distante uns 70 quilômetros dali.

Faz parte do caminho o Parque Trentino, uma estrada histórica e sem pavimentação que liga o Centro de Piraquara à Colônia Imperial Santa Maria do Novo Tirol da Boca da Serra, o pomposo nome de onde tudo começou em 1878. Foi lá que chegaram os primeiros italianos e construíram o conjunto arquitetônico e histórico do qual ainda restam o Cemitério Nossa Senhora de Assunção, a Igreja Nossa Senhora de Assunção e onde foi criado o Parque Trentino, atual centro de eventos do município.

Ao longo da estrada, restaurantes, pousadas, hotéis fazenda e cafés convidam o turista ao descanso, antes ou depois de praticar turismo de aventura, rural, ecológico, cultural, histórico e gastronômico. “É turismo para sujar o pé na lama, molhar o sapato, beber água na fonte”, conta o guia Jeff Favoreto Klass.

Entre os passeios possíveis, está a aldeia indígena Araçá-i, de uma tribo da etnia Guarani, aberta a escolas e grupos agendados, que mantém as tradições e os rituais ancestrais. O visitante é levado a caminhar por trilhas e pode conversar com o cacique ou pajé, conhecer a casa de reza e assistir a apresentações de cantigas em guarani.

Por Piraquara passa o trem turístico que liga Curitiba ao Litoral. A linha férrea mantém a mística e o romantismo do transporte, e já transformou uma estação num bem-sucedido restaurante, alcançado ao fim de um passeio do trem. Outra estação, a de Roça Nova, é hoje a atração de uma das sofisticadas vinícolas da região.

Ali estão dois túneis, lado a lado, de 429 metros de extensão. No mais novo e largo, que permite a passagem da locomotiva a diesel, guias turísticos oferecem uma opção de aventura. As pessoas são convidadas a cruzar o túnel de lanterna em mãos. Caso o trem se aproxime, são orientadas a esconder-se nos desvãos existentes a cada 15 metros.

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