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03 de dezembro de 2024

Médicos reimplantam mão de trabalhador que sofreu acidente de trabalho


Por Luciana Peña/CBN Maringá Publicado 04/10/2024 às 11h42
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Foto: Arquivo/Equipe Médica.

Um trabalhador que sofreu um acidente de trabalho em Campo Mourão teve a mão reimplantada.

Uma série de fatores contribuiu para o sucesso da cirurgia de reimplante. Cerca de uma hora após o acidente, em que a mão do trabalhador foi decepada, o ortopedista que prestou o primeiro atendimento em Campo Mourão entrou em contato com a equipe de médicos microcirurgiões em Maringá.

Ele acreditava que seria possível fazer o reimplante e passou todos os detalhes do caso para os ortopedistas especializados em microcirurgia da mão Sérgio Auto e Carlos Calzadol. Os especialistas concluíram que sim, era possível; e orientaram sobre a forma correta de preservação do membro amputado.

O paciente veio de ambulância a Maringá, enquanto num hospital aqui da cidade, a equipe se preparava para a cirurgia. O ideal é que uma cirurgia como essa seja realizada em no máximo seis horas, explica dr. Sérgio.

“Quando ele entrou em contato comigo tinha em torno de uma hora já que tinha acontecido tudo isso e é literalmente um relógio que começa a correr, né? Então a gente acionou a equipe, a gente traz os instrumentais próprios, então existe a necessidade de pinça microcirúrgicas, clâmbio microcirúrgicos, que a gente já tem isso na nossa equipe preparado e já esterilizado. A gente faz todo um contato com a questão do hospital para deixar uma sala cirúrgica reservada para esse paciente imediatamente chegar no hospital e ser abordado. É feito um contato também com a equipe de pronto-socorro da emergência que vai admitir esse paciente no hospital para que toda essa parte burocrática de internação seja agilizada.”, explica o médico.

O paciente está bem e já começou a recuperar movimentos. Há chance de recuperação quase total, inclusive do movimento de pinça, que é a habilidade de pegar pequenos objetos com os dedos indicador e polegar, explica Carlos.

“Ele tem um esboço da pinça. Pelo fato dele já estar fazendo isso, hoje a gente prevê uma recuperação de boa para ótima para ele. Então a gente acredita que ele vai recuperar a pinça assim e vai voltar a fazer grande parte das atividades que ele já fazia”, afirma o médico.

A cirurgia foi inédita em Maringá e região, porque é raro que em um acidente de trabalho com amputação haja condições de reimplante.

“Em relação ao ineditismo, a gente acredita que aqui em Maringá e região, realmente tenha sido o primeiro caso. Em alguns outros grandes centros ao longo do país aí com certeza isso já foi feito algumas outras vezes”, expõe o cirurgião Sérgio.

Os especialistas orientam sobre como proceder em casos de acidentes com amputação de membros.

“Em relação aos cuidados, o que é importante em casos de amputação é toda essa cadeia desde o primeiro atendimento até a chegada a um hospital com um centro capaz de realizar o procedimento que ela seja bem feita. Então, o principal é que esse acondicionamento do coto de amputação precisa ser muito bem feito. O que a gente orienta é que no caso de um reimplante, o coto seja enrolado, envolvido em algum tipo de gás e compressa, ou até mesmo um pano, seja colocado em algum saco, um saco bem vedado, e esse saco bem vedado seja colocado em algum tipo de isopor, cooler, algum recipiente que contenha água e gelo. O objetivo é deixar o coto de amputação em uma temperatura em torno de 4 graus Celsius. O que não pode é deixar o coto de amputação em contato direto ou com água ou com gelo, porque a água direta ela pode redemaciar os tecidos e o gelo pode acabar fazendo um fenômeno que a gente chama de congelamento”, esclarecem os médicos. 

O caso ajuda a divulgar a existência de equipes especializadas em microcirurgias para reimplante e reconstrução de membros.

“É importante divulgar isso, que a gente consegue fazer esse trabalho para devolver a função de pacientes, de empregados, em uma melhor forma possível. Então às vezes o paciente acaba deixando de ser tratado adequadamente por simplesmente desconhecer que existe esse trabalho que a gente faz”, diz Carlos. 

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